Ao pisar o solo do País do Trovão Hanzo sentiu que algo não estava bem. O chão tremia à medida que o shinobi se precipitava em direcção à vila, a alguns quilómetros de distância e um vento que vinha em fortes rajadas era sentido. Ao dirigir-se para a Vila Oculta o rapaz notou que vários animais corriam na direcção contrária à sua, como se estivessem a fugir de algo. No ar uma energia puramente negra era sentida, quase palpável.

Minutos depois Hanzo descobriu o porquê. Tinha vindo a Kumo à procura de uma pessoa mas a sua frente o que se deparava era uma vila destruída quase por completo, uma enorme raposa de nove caudas cujas quais se agitavam contra o solo e no ar, emanando uma aura vermelha em seu redor. À frente desta estava também um enorme leão, de presas e garras com aspecto bastante ameaçadoras que, para espanto de Hanzo, falava para a raposa.

O cenário não era animador. Depois do choque inicial Hanzo reconheceu aquilo que à sua frente se erguia. A raposa era um bijuu chamado Kyuubi, um dos lendários demónios das histórias contadas pelos mais velhos. O rapaz nunca tinha estado na presença de um mas era de facto assustadora. O chackra maléfico era quase palpável em seu redor e a onda de destruição que trazia consigo era avassaladora.

Hanzo aproximou-se cautelosamente, em esforço contra as rajadas de vento que o fustigavam mas aos poucos foi avançando. Abrigado por trás de uma árvore olhou para o enorme leão vendo um conhecido seu, Aburame Delare, seu adversário no torneio, estava em cima da poderosa besta com outro shinobi a seu lado cuja identidade Hanzo desconhecia.

«Isto está bonito» pensou Hanzo para si ao apoiar-se para não cair com mais um tremor causado pela raposa vermelha.

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A coisa estava feia para os lados de Hanzo. Apesar de conseguir ocultar a sua presença tinha de se esforçar para não ser aniquilado pelas forças em seu redor. A força da enorme raposa era avassaladora emergindo tudo em seu redor numa estrondosa energia destrutiva que arrasava com tudo o que encontrasse à frente. Mais um shinobi chegara colocando-se na cabeça do enorme leão ao lado dos outros.

Trajava uma capa branca com chamas vermelhas nela bordada o que fazia com que facilmente fosse reconhecido como o Hokage de Konohagakure no Sato. Ao seu lado Delare, o único membro que Hanzo conhecia, erguia as mãos executando uma panóplia de selos criando dois dragões, um de suiton e outro de raiton que se fundiram em direcção ao demónio criando apenas um enorme animal elemental cheio de energia. Aparentemente perigoso o jutsu foi facilmente parado quando a enorme raposa se limitou a proteger-se com duas das suas nove caudas fazendo com que o ataque, de alguma forma, se desintegrasse no ar não restando sequer qualquer tipo de vestígio.

Hanzo presenciou aquele poder incrível de boca aberta lembrando-se das histórias que ouvira sobre poderosas criaturas que andavam sobre a Terra e que poderiam ser aprisionadas em portadores chamados de jinchuurikis que, se fossem bons, poderiam controlar o poder dos seus demónios. Todos aqueles pensamentos desenhavam planos na cabeça do jovem rapaz que se precipitou a correr em direcção ao enorme leão.
O que Hanzo não contava era com a enorme onda de força que quase o derrubou enquanto subia o leão com a ajuda do kinobiri no jutsu. O que causara aquela reacção fora um jutsu que o homem de branco lançara sobre a kyuubi. O que não era normal era a onda de chakra em seu redor que parecia quase tão assustadora e poderoso quanto a da raposa de nove caudas. E Hanzo tremeu.

Foi então que o ataque foi desfeito por um contra-ataque idêntico do demónio seguido de um outro igual que se precipitou em direcção dos ninjas e do enorme leão. Foi nesse preciso momento que o rapaz de amarelo alcançou o topo deste deparando-se com os outros três homens que se encontravam em posição defensiva.

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- Força. Selem em mim. Não tenho nada a perder. - Estas tinham sido as últimas palavras de Hanzo antes de tudo o resto acontecer.
De facto o rapaz não tinha nada a perder, só a ganhar pois, segundo o que sabia das velhas histórias, aquele cujo qual detém o poder de um bijuu dentro de si adquire uma força gigantesca. E sendo a Kyuubi o demónio com mais caudas, maior o poder seria.
Delare desaparecera do seu raio de visão depois de ter sido enviado para uma missão tanto ou quanto suicida pelo outro homem ao lado do Hokage. Passou um minuto, talvez dois, e estes personagens que restavam rapidamente começaram a formar selos com as mãos, numa sincronização perfeita, como se fossem o espelho um do outro.
Activadas pelos selos, lá em baixo vários pontos de luz proveniente das kunais que Delare fora encarregue de espalhar, começavam a brilhar de uma forma cada vez mais intensa. Foi então que uma enorme barreira de chakra se ergueu em redor do demónio vermelho não o deixando sair do seu perímetro de acção. Este pequeno truque fez com que o demónio começasse a aplicar mais força nos seus ataques devido à raiva em si que quase podia ser palpável no ar. Várias esferas de chakra negro embateram na barreira assim como as suas caudas que pareciam chicotes, mas esta não quebrava.
Hanzo olhou para os dois altos escalões de Konoha, que cerravam os dentes com o esforço, e que pingavam gordas gotas de água da testa mas sem nunca vergar perante tão poderoso adversário. Por fim, depois de uma luta árdua a medir os seus poderes, os dois homens levaram a melhor sobre a raposa que começou a ser apertada pela barreira em seu redor que, aos poucos, ia diminuindo sobre si obrigando-a a encolher-se e a subjugar-se aos seus atacantes.
Mesmo o Hokage, o homem mais forte de Konoha aliado ao seu bijuu tinha dificuldades em contra-atacar Kyuubi e tivera de trazer à tona o poder do seu bijuu demonstrando-o como um "casaco" de chakra constituído por enormes tentáculos.

Pouco depois da Kyuubi nada restava senão uma esfera de luz composta não só por por várias cores mas também por terror, fúria, raiva e um enorme poder para destruir. A primeira fase estava completa.

Taka formou então um selo com uma das mãos que retirara do primeiro selo, demonstrando uma mestria que poucos têm na arte de formar selos apenas com uma mão, e direccionou a mão, em que cujos dedos brilhavam nas pontas, para a barriga descoberta de Hanzo.
A sensação era única! A dor era indescritível mas o prazer também o era. A força toda contida naquela pequena esfera, a raiva toda que veio ao de cima, o poder sentido em cada fibra do seu corpo, os ossos quase arrancados da carne pela sua força, a dor lancinante do corpo que agora partilharia dois espíritos, o prazer da alma em sentir o seu poder a ser aumentado catastroficamente.

E depois tudo parou. Na barriga de Hanzo apenas restava um selo negro como se tivesse sido desenhado por um habilidoso artista. à sua frente Taka e Hiroshi terminavam o fuuin que manteria o demónio das nove caudas selado no seu interior até ao fim dos seus dias.

E esta foi a última visão antes de tudo se tornar negro e vermelho.