Como em todas as manhãs, Saya treinava duro com a ajuda de nosso Pai, nossa Mãe preparava o café e eu estava em um ritmo lento. Já havia acordado há algum tempo, mas como estava com tanta preguiça decidi ficar deitado apenas olhando para o teto. Do meu quarto conseguia ouvir as quedas de Saya vindo do Dojo e até mesmo as bolhas de água fervendo. Uma forte brisa entrou pela janela do meu quarto e acabei fechando meus olhos, quando os abri estava frente ao Hachibi.

-Inútil... – O Bijuu parecia zangado.

-Está irritado!? – Aquela pergunta soou com tom retórico e após uma breve pausa continuei – Me diga qual a razão de estar assim?

-Você! – Acabei ficando surpreso, mas esperei para ver a explicação – Sua irmã está cada vez mais forte e você não realiza treino algum para aprimorar suas técnicas... Sei que é um gênio, mas até mesmo pessoas como você precisam de treinos!

-Quer tanto ver um treino meu!? – Sorri e continuei – Então vou desafiar meu Pai para luta e lhe mostrarei o meu potencial!

Voltei ao meu eu e pude notar que ainda estavam treinando e como o café ainda não estava pronto, me levantei e coloquei uma roupa leve para treino, já na cozinha tomei um grande copo de suco de laranja e fui ao Dojo. Ao abrir à porta a cena que visualizei foi a da minha Irmã caindo para um dos golpes de desequilíbrio do meu Pai.

-Pai... – Chamei a atenção dos dois que estavam concentrados – Quero um combate contra você!

-Acha que consegue lutar com o Papai!? – Saya fez uma pergunta retórica, mas não dei muita atenção – Boa sorte, Onii-chan! Já estava ficando cansada...

-Então quer uma luta... – Hayato é um dos mais poderosos, se não for o mais poderoso do clã Hyuuga, mas ainda sim respeita todos os membros do clã e quando é desafiado luta como se fosse uma batalha de vida ou morte – Sabe que não vou pegar leve... Posso até ficar em um ritmo que você consiga acompanhar, mas saiba que vou lutar usando todo o meu potencial!

-Não tem problemas... Preciso provar a certo monstro... – Coloquei a minha Mão sobre minha barriga e continuei – Que sou mais forte do que aparento!

-Então, vamos à luta!

Ficamos a três metros de distância, uma pequena brisa passou e balançou meus cabelos, foi neste instante que avancei. Meu Pai era muito veloz e por isto não poderia deixar que atacasse primeiro, deveria prensa-lo ao máximo possível, para que não conseguisse espaço para executar qualquer uma de suas técnicas. Canalizei chakra de Raiton por todo meu corpo e com isto consegui formar uma armadura de Raios que aumentava minha velocidade e com isto equilibraria as coisas.

Comecei com golpes simples para deixá-lo sem espaço e como esperado ele esquivou facilmente, mas acabou ficando muito próximo a parede. Ele percebeu minha estratégia e com um rápido movimento do braço lançou uma onda de chakra para tentar me afastar. Por sorte com aquela armadura, meus reflexos ficavam mais apurados e isto resultou em uma esquiva por poucos centímetros. Aproveitei a proximidade e girei rapidamente criando uma esfera de chakra ao meu redor.

Hayato usou sua velocidade para dar um salto e ficar fora do alcance do jutsu, mas estava onde eu queria, parei de girar e avancei contra ele girando meus braços e utilizando o Shugo Hakke Rokujuuyon Shou, mas meu golpe foi em vão. Quando dei por mim havia acertado o ar e meu Pai esperou o momento certo para me acertar com uma rajada de chakra me impulsionando para a parede onde após bater nela acabei indo ao chão.

-Isso... Doeu...

Levantei com alguma dificuldade, senti dores por todo meu corpo e antes de assumir novamente a posição de combate percebi que meu Pai já estava próximo e pronto para atacar. Defendi seu primeiro golpe e ao mesmo tempo assumi uma posição melhor o que me deu chances de defender os outros. Senti um enorme cansaço e a armadura se desfez o que me deixou na desvantagem e o ultimo golpe de Hayato me acertou fazendo com que eu desmaiasse.

Abri meus olhos e notei que estava em meu quarto, possivelmente minha Mãe havia tratado de meus ferimentos e pude ver uma carta em cima da minha mesa. Ao abri-la consegui compreender o porquê estava tão cansado. Aparentemente Hachibi estava me emprestando poder no momento que desmaiei e quando o manto começou a se formar, meu Pai selou meus Tenketsus impedindo o meu fluxo de chakra, isso enfraqueceu o poder do Bijuu e deu tempo para que ele realizasse o selo que o Hokage havia lhe passado para que a fera fosse dominada. Mas aquilo seria normal acontecer e meu Pai acabou me elogiando, pois havia conseguido amadurecer.

Como poderia recusar um desafio, ainda mais vindo de uma integrante de meu clã, mas eu poderia enfrentar qualquer pessoa normalmente, menos minha irmã e não tenho coragem de feri-la, muito menos de lutar a sério com ela. Estávamos a três metros de distância e nosso Pai observava tudo atentamente.

-Desculpe Onii-chan, mas irei atacar com tudo que tenho!

-Tubo bem! Não planejo brincar agora...

Sorri de modo a expressar confiança, Saya parecia me analisar com seu Byakugan ativo e obviamente não fiquei para trás, com meu Byakugan posso ver claramente seus Tenketsus e até mesmo me auxiliar para ver os movimentos da minha Irmã. Saya iniciou o ataque, era tão rápida quanto eu, mas ainda sim eu possuía melhores reflexos e conseguia acompanhar sem dificuldade algumas seus golpes.

A Gennin iniciou seus golpes com rápidos movimentos do estilo Juuken, mas como possuo conhecimentos mais do que os dela, consegui desviar e me defender facilmente. Ela passou a mudar o ritmo e aos poucos fui me adaptando, mas quando conseguia descobrir o ritmo de seus movimentos ela alterava novamente, deixando o combate equilibrado, em seu ultimo movimento ela me impulsionou para trás com uma fraca rajada de chakra.

-Muito bom... – Meu Pai começou a aplaudir e logo me encarou – Mas Yukito, não brinque com ela...

-Gomen...

-O QUE!? – Ela gritou e já estava vermelha – VOCÊ ESTÁ BRINCANDO COMIGO? VOU LIMPAR O CHÃO COM VOCÊ!!! – Ela avançou, mas como não estava concentrada seus golpes foram previsíveis e com isso consegui uma abertura perfeita para derrubá-la com facilidade.

-Se acalme desse jeito ficará toda atrapalhada... – Estiquei minha mão para ajuda lá e ela simplesmente se recusou – Só não quero te machucar...

Virei o rosto e a observei com o canto dos olhos, com toda aquela empolgação acabei desativando o Byakugan e quando ela percebeu isso ficou mais irritada. Em segundos percebi que ela já não estava no lugar de antes, mas agora ao meu lado. Era tarde e seu golpe acabou me acertando em cheio o que me impulsionou para o lado oposto, mas felizmente consegui me levantar facilmente.

-Já levei pancadas mais...

Quando olhei novamente para ela, pude notar uma grande energia se formando em sua mão, era incrível o controle dela sobre o chakra ao ponto de criar uma espada de Raiton. Fiquei perplexo com isso e talvez por este motivo, acabei baixando minha guarda ao ponto que ela conseguiu chegar muito próximo, mas quando voltei a mim, liberei uma Rajada de chakra pelas mãos afastando Saya e impedindo seu ataque, entretanto acabei machucando ela. Saya se levantou com dificuldade e aparentemente nervosa, mas havia machucando um tornozelo e por isso não conseguiria lutar.

Meu Pai elogiou a minha defesa e ainda mais Saya por ter garra para continuar lutando, mesmo ela dizendo que não havia sido nada sério, eu fiquei triste como se tivesse machucando a mim mesmo naquele golpe, decidi que dali para frente não lutaria em vão. Apenas para minha própria defesa ou para proteger quem eu bem quiser, por aquele motivo, eu teria de me tornar o mais forte. Passei o resto do dia treinando golpes em bonecos de madeira.

Por que eu atraio pessoas malucas, será que possuo algum tipo de imã de malucos? Novamente fui desafiado, mas desta vez iria representar minha família contra a família de Hyuuga que mora ao meu lado. Desde que fui escolhido para portar o Hachibi, eles têm se questionado, afinal mesmo eu sendo um talento dentro do clã, por que não escolheram outra pessoa mais forte.

Todos estavam reunidos para aquele pequeno evento e como sempre cheguei atrasado. Odeio esses tipos de competições e ficava com mais ódio ainda se meu adversário me enchesse a paciência, com historinhas do tipo “Você não tem chance contra mim! ” ou “Desista, sou superior a você!” eram estes tipos que me faziam ter vontade de perder o controle sobre Hachibi.

Aquela seria uma competição simples, eu e meu oponente demonstraríamos nossa preparação física em algumas provas, apesar de parecer apenas uma série de jogos sem sentido, mas eu preferia acreditar que era algum tipo de treino especial para melhorar minhas habilidades.

-Boa sorte! – O rapaz que me desafiou parecia ser simpático e por isto retribui com um sorriso – Mesmo sabendo que vai perder... – Fechei minha expressão em segundos já demonstrando raiva.

-Como ousa dizer isso, seu baka!

Corri em direção a ele e como esperado tivemos uma briga que poderia ser considerada infantil, mas quando as coisas começaram a ficar serias vários Jounnins que estavam por perto nos afastaram e até comentaram algo como “Guardem energias para torneio!”. Acabei concordando e fui para meu posto.

A primeira prova era muito fácil para mim, teríamos de correr e desviar de diversas kunais e shurikens que seriam lançadas para todas as direções e obvio tendo a nós como alvo. Apenas usei e abusei de meu byakugan e meus reflexos para desviar dos objetos enquanto meu oponente parecia ter dificuldades para se locomover, ele era um pouco mais lento que eu, mas era mais forte fisicamente e por esta razão perdi na prova seguinte onde teríamos de levantar pesos e arremessá-los para o mais longe possível.

Até então a competição estava empatada, por sorte a prova seguinte seria um competição de Ninjutsu, mas infelizmente ele possui a mesma em ninjutsu que eu. Devo confirmar que para vencer esta etapa tive que pedir ajuda secretamente para o Hachibi, que me ajudou um pouco. Eu estava na frente, mas na prova seguinte tive azar e mesmo tendo a mesma capacidade com Genjutsu ele teve um alvo mais fácil e por isto venceu.

Como ainda não havia um vencedor decidido, fomos para um combate. Foi uma batalha difícil onde usamos principalmente o Taijutsu, mas usei Ninjutsu como auxilio para meus movimentos e até sorri quando utilizei um jutsu de Raiton para aumentar minha velocidade e causar mais danos ao oponente. Por azar meu o jutsu de Raiton tem um efeito colateral e por este motivo acabei perdendo a luta e o campeonato.

Muito frustrado com a situação, passei dois dias fora onde fui para uma cachoeira e treinei meu corpo e espírito diferente do outro babaca que ficou se achando o maior e não seria vencido. Quando voltei minha primeira ação foi desafia-lo e como esperado a luta foi mais fácil me trazendo a vitoria com facilidade. Não aceitei o troféu do campeonato, pois meu objetivo não são os bens materiais, mas sim conseguir ficar forte.

Folgas são coisas inesperadas para um shinobi e quando isso ocorreu para mim, fico sem saber o que fazer durante todo o dia, mas tem algo que minha Mãe sempre me sugere e que nunca aceitei. Mesmo não admitindo, sinto que ela sente falta de sua vida como Shinobi e ainda não entendo o porquê não volta para ela, afinal eu e minha irmã já conseguimos nos cuidar.

Fui até a cozinha onde estava minha querida Mãe, cortava alguns legumes e prepara um tempero para a carne, sempre gostei de ajudá-la na cozinha, o que me torna diferente de Saya que odeia cozinhar. Fiquei ao lado de Maya e peguei uma faca já começando a cortar batatas para que cozinhasse com a carne.

-Mãe, posso fazer uma pergunta? – Continuei concentrado com o que estava fazendo.

-Você acabou de fazer... – A resposta teve seu tom de ironia e logo após ela sorriu – Estou brincando! É obvio que pode. – Olhei para seus olhos e puxei o fôlego.

-Porque decidiu se aposentar da sua vida como shinobi?

-Foi para cuidar de vocês!

-Mas... – Voltei a cortar as batatas – Tanto a Saya-chan como eu sabemos como nos cuidar, até realizamos missões perigosas e eu vou até sozinho em algumas!

-Porque está falando isso para mim, Yukito?

-Quando eu treino, percebo que você está me vigiando e não é só comigo, Papai e Saya também são alvos de suas vigias... – Parei e caminhei até ela – Quando sugere algum treino especial, sinto em sua alma que sente falta de fazê-los ou até mesmo de ação... – Segurei a mão dela e sorri – Viver uma vida sem aventura é a mesma coisa que não viver!

-Acho que já ouvi essa frase... – Ela abaixou a cabeça e nesse instante me abaixei para olhar nos olhos dela.

-Foi a melhor ninja de Konoha que me disse e estou olhando para ela...

A abracei e ela sorriu, Maya terminou de cozinhar e não havia mais nada a se fazer em casa, talvez por isso saiu com o Papai para o velho campo de treino onde possivelmente iria treinar para recuperar sua antiga forma. Meus pais ficaram fora de casa por mais de duas semanas e quando finalmente voltaram senti que tanto Maya como Hayato estavam com o nível de chakra maior e ambos pareciam mais confiantes.

-Yukito-kun, eu quero lutar com você para ver até onde consegui chegar!

-Tudo bem, vou me arrumar e nos encontramos no dojo em dez minutos...

Coloquei minha roupa comum do dia a dia, até então estava com pijama, peguei alguns equipamentos e fui para o dojo. Maya estava com uma roupa rosa parecendo um samurai sem aquelas armaduras e até mesmo Tochoumaru o pequeno rato que podia se transformar em um grande leão, estava com ela. Eu sabia que aquele era um antigo parceiro de minha Mãe e que antes dela decidir voltar à ativa, estava trabalhando para o Hokage em algum tipo de vigia no meio das florestas.

-Para não ser injusta, Tochoumaru não participará desta luta e agora você será meu único oponente... – Ela retirou suas armas e assumiu a posição de combate natural dos Hyuugas – Não usaremos armas, pois sou uma espadachim mestre!

-Tudo bem!

Retirei meus equipamentos e a cinco metros de distância, assumi minha posição de combate ativei meu byakugan, mas o de minha Mãe é o mais desenvolvido dentro da minha casa e seria um combate interessante já que eu usava o meu doujutsu igual à Maya. O combate se iniciou no momento que ela baixou sua guarda no lado esquerdo por dois segundos, mas acabei caindo em uma armadilha e ela contra-atacou com uma técnica que eu nunca havia presenciado. Consegui me afastar e logo após ela investiu e um combate de várias trocas de golpes se iniciou, pude perceber que a velocidade dela superou e muito a minha e acabei levando alguns dos golpes, mas chegou a um momento que ela sorriu e aumentou e muito sua velocidade conseguindo aplicar com perfeição um taijutsu do clã e depois lançando uma rajada de chakra me empurrando para trás.

-É só isso que meu Yukito tem a oferecer?

-Desculpe, mas agora não vou mais brincar! – Pedi ajuda para Hachibi e logo seis caudas haviam se formado – Você é muito poderosa para que eu não use meu poder máximo, não se preocupe eu tenho um trato com Hachibi!

Avancei contra ela e mesmo com o poder de Hachibi, minha Mãe ainda estava mais poderosa. Continuamos a troca de golpes e após vários minutos eu já não aguentava mais lutar, o poder que Hachibi havia me cedido foi totalmente gasto e minha Mãe ainda tinha energia para lutar. Hayato que estava observando a tudo bateu palmas e andou até minha Mãe.

-Parabéns, você consegue lutar com um jinchuriki e deixá-lo neste estado! – Olhou para mim – Não se sinta fraco Yukito, sua Mãe é uma das Jounnin mais forte da vila e não é a toa que ela ganhou de você... – Ele começou a caminhar para fora do dojo e sorriu – Declaro este treino como finalizado!

Após aquele combate, fui para a fonte termal da minha casa e relaxei no dia seguinte minha Mãe contratou uma empregada para limpar a casa quando ela não estivesse, pois havia saído de sua aposentadoria e estava em missão com meu Pai.

Um simples treino, tudo o que desejava naquele momento. Meus pais saíram em missão juntos e minha irmã devia se encontrar com sua equipe para fazer algo que não me interessava e muito menos iria verificar do que se tratava, mesmo eu sendo o responsável por suas atitudes, não ficaria em seu caminho. Passei por vários locais da cidade, fui ao parque onde tomei um delicioso sorvete de uva e um suco de laranja, quando andei pelas ruas de Konoha aproveitei para entrar em algumas lojas e comprar roupas e até mesmo equipamentos que poderiam me auxiliar em combate ou mesmo para curar alguma ferida, afinal deveria possuir sempre um estoque de medicamentos, gazes e talas para quando necessitasse. No almoço fui ao Ichiraku comer um Ramem e até escutei uma história sobre como um ninja que era muito atrapalhado e fraco acabou se tornando um dos mais poderosos Hokages, não sabia se passava de uma fabula ou se era uma história real, mas acabei gostando dela.

Por fim para finalizar aquele dia fui até o grande monumento dos Hokages, lá estão cravados os rostos de todos os Hokages e o ultimo era o de Hideki e como sempre fiquei em cima do rosto de olhando para toda a vila, não sabia e nem gostaria de me tornar um Hokage, afinal ficar preso em uma gaiola não é meu estilo, sou como um gato aventureiro, passar por perigos e desafios que possam eliminar minha vida em instantes são meus objetivos.

Quando cheguei a minha casa fui direto ao meu quarto, minha irmã não havia chegado e muito menos meus Pais que ficariam fora por mais de duas semanas, mas havia uma empregada que já estava de saída, havia terminado de limpar a casa e logo tratei de pegar o dinheiro reservado para pagar seu serviço. Em meu quarto apenas coloquei minhas compras em um local da minha escrivaninha, iria arrumar tudo aquilo quando tivesse vontade, não queria desperdiçar o pouco tempo que tinha com coisas como aquela, deveria compensar o tempo perdido com algum treino pesado.

Fui ao dojo com minhas roupas para treino e coloquei pesos, meu objetivo seria aumentar minha força física e minha velocidade. Tracei um trajeto em minha mente e realizei o alongamento e para me aquecer dei alguns socos em um boneco junto de chutes e até mesmo um Hakkeshou Kaiten. Mesmo sentindo o sobrepeso, sai de casa iniciando uma corrida lenta, passei por diversos locais da vila e quando completei uma volta já não aguentava mais, estava com muita sede e notei que estava um pouco desidratado e por este fato comi parte de uma melancia, não deveria comer nenhum carboidrato ou poderia comprometer o meu rendimento.

Já estava cansado, mas agora o verdadeiro treino se iniciaria, deveria pular entre os telhados das casas e ir até o gabinete onde entregaria um documento que minha Mãe havia pedido para entregar. Estava complicado saltar com aquele peso extra e tenho que confessar que cai algumas vezes, mas não quebrei nenhum osso, pois como estava com linha e kunai conseguia me amarrar em algum local para evitar machucados.

Com meu objetivo completo e já não aguentando mais caminhar, fui direto para casa onde tomei um belo banho para me livrar do suor e depois fui para a fonte termal para eliminar as dores e até meditei para acalmar meu espírito e corpo, dizem que este tipo de meditação aumenta o chakra, mas não sentia nada de novo, somente o alivio das dores.

Mais um dia comum se iniciava, o sol brilhava forte e ninjas eram vistos por toda a parte, os comerciantes estavam de portas abertas para receber clientes e crianças brincavam pelas movimentadas ruas. Como sempre em meus dias de folga, fazia algumas compras para reabastecer meu estoque medicinal e de armas.

Após as compras fui ao parque onde aproveitaria alguma sombra me deliciando com um saboroso sorvete que era vendido por um senhor conhecido de minha Mãe e por causa disso recebia desconto ou até mesmo ganhava sorvetes dele.

-Boa tarde! – Sorri e aguardei que terminasse de atender a um garoto que estava ali.

-Boa tarde, Yukito-kun! Baunilha como sempre?

-Hai! – Afirmei com a cabeça e quando ele estendeu o sorvete para mim, peguei o dinheiro e tentei lhe entregar.

-Não, não... Como sempre é por conta da casa! Sua Mãe sempre ajuda minha Mulher com os afazeres da Pensão e isto é o mínimo que posso fazer para agradecer!

-Não irei insistir!

Despedi-me do Sorveteiro e fui para uma grande sombra de uma árvore próxima há alguns bancos, não gosto dos bancos, pois não me dá visão de todo o local e gosto de estar em contato com a natureza, me sinto mais confortável quando fico no galho de uma árvore. Como esperado, assim que terminei meu sorvete acabei dormindo.

Um alto grito de mulher me fez acordar assustado e acabei caindo do galho da árvore, por sorte acabei em um monte de folhas e não me machuquei com o impacto. Levantei-me lentamente para evitar tonturas e olhei para onde julgava ser a origem do grito já com meu byakugan ativo.

-Mas... O que!?

Assustei-me ao conseguir ver, parecia que os animais do circo que estava de passagem por Konoha acabaram fugindo de suas gaiolas e os leões estavam no parque. Não poderia deixar que eles machucassem ninguém, mas não poderia feri-los, pareciam assustados e tentavam se defender. Enquanto várias pessoas do parque corriam para longe dos felinos, comecei a andar lentamente no sentido contrario, mas obviamente evitando a multidão.

Poderia ser um belo treino capturar aqueles rápidos e fortes leões sem usar jutsu algum e deste modo ainda deixaria eles sem machucados. Olhei ao meu redor e só pude encontrar uma corda. Cortei a corda de modo a criar duas armadilhas, já que havia dois felinos a serem capturados.

A parte fácil do plano estava feita e isto dava inicio a mais complicada, teria que esquivar dos ataques e ainda sim deixá-los zangados para que fossem atrás de mim e caíssem na armadilha. Eu deveria provar minha força sem fazer jutsu algum, nem mesmo o mais simples. Procurei por pedras e galhos que pudesse atirar contra eles e chamar a atenção.

Aproximava-me lentamente até que um deles soltou um poderoso rugido, confesso que me assustei, mas engoli meu medo e continuei o trajeto até conseguir boa distância e atacar a pedra na cabeça de um dos leões. Ele se irritou e começou a correr em minha direção. Era mais rápido do que podia imaginar e tinha que tomar todo cuidado possível. Por sorte tinha bastante árvore no parque e isto dificultava a locomoção do felino, me deixando na vantagem.

Após várias acrobacias me esquivando das investidas e dos obstáculos, finalmente consegui fazer o primeiro leão cair na armadilha e ficar preso sem utilizar jutsu algum. Mas tinha outro para fazer a mesma coisa. Estava tão distraído terminando de amarrar o leão que mal percebi o outro em minhas costas.

O felino me deu uma patada, mas graças ao meu byakugan eu consegui ver o trajeto do golpe e me esquivei com sucesso. Ele poderia não ser tão rápido quando o outro, mas com certeza era muito mais forte, pois acabou arrancando um pedaço da árvore que estava no trajeto do golpe. Fiquei chocado quando percebi que ele já havia caído em minha armadilha, mas que a desfez usando força bruta. Facilmente me esquivava dos golpes, mas estava me cansando, ainda mais depois de correr e o felino parecia estar a todo o vapor.

Por um breve instante vi uma pequena brecha e aproveitei o momento para usar o restante da corda para amarrar sua boca e prende-la a uma árvore. As minhas acrobacias foram perfeitas e por mais que quisesse dizer, fazer algo sem usar um pingo de chakra, somente com a própria força e agilidade era uma tarefa difícil.

Tratei de avisar as autoridades sobre meu feito. Cansado de correr e saltar, fui para casa e tomei um banho quente para relaxar os músculos, assim como aprendi nas aulas de anatomia humana, afinal um banho quente com sais minerais é ótimo para relaxar.

Cansado de esperar por novas missões decidi sair da vila e ir até Otafuku Gai que de acordo com as especificações possui vários locais para entretenimento de vários tipos. A viagem até a cidade foi tranquila, nenhum tipo de problema com exceção de alguns animais perigosos que andavam pela floresta, mas como eu estava cortando caminho saltando entre os galhos de árvores não tinha problema algum.

Otafuku é uma cidade muito cheia e alegre parecido com Konoha, mas o número de pessoas é muito maior, talvez por ser um ponto turístico ou é uma simples coincidência a cidade estar lotada quando estou a visitando. Passei por diversos locais para o entretenimento, me diverti com alguns jogos e até assisti a um filme que conta a história de um assassino profissional que decidiu mudar, mas foi perseguido por seus antigos inimigos e por fim morreu eliminando a todos que tentaram impedi-lo.

Já estava tarde para voltar a Konoha e como ainda estaria de folga no próximo dia, decidi passar uma noite na cidade e ver quais eram os eventos noturnos da cidade. Algumas apresentações de artistas no meio da rua assim como diversas barracas vendendo bebidas e outras coisas que certamente os tarados adorariam possuir.

Assisti algumas apresentações e no meio de uma delas algo inesperado ocorreu, o cantor se revelou um bandido e ao redor da plateia vários bandidos formaram um circulo impedindo qualquer um de sair. Eu sabia que assistir uma apresentação em uma rua fechada com pouco publico seria um problema, mas não pensava naquela hipótese.

-Nem mesmo em minha folga posso aproveitar a noite...

-Se não quiser morrer é melhor calar a boca e não tentar bancar uma de herói... – O que parecia ser o líder falou em alto e bom som logo ao meu lado.

-Mas por quê? Eu ainda não brinquei hoje, sabia? – Fiz a pergunta de modo que fosse retórica e aparentemente ele não havia gostado.

-Melhor ir correndo para a saia de sua Mãe garoto, noite não é local para crianças igual você! –aquelas palavras percorreram minha mente me deixando irritado.

-CRIANÇA?! VOCÊ POR ACASO SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO SEU VELHO IMUNDO? – Continuei a gritar até o momento que revelei meu nome – BAKA! SOU HYUUGA YUKITO E VOU ACABAR COM A FESTA!

-Hyuuga?! –O bandido pareceu espantado e já soava frio – Você é um nin..

Antes que pudesse terminar de falar utilizei o Juuken para acertar a área de seu pulmão e deixá-lo sem ar já caindo no chão e cuspindo um pouco de sangue. Os outros vieram ao meu encontro e simplesmente comecei a distribuir pancadas para todos os lados tomando cuidado para não acertar inocentes. Quando dei por mim já estava cansado e vários bandidos estavam caídos aos meus pés e foi neste instante que a policia local chegou.

Mesmo não querendo problemas ou confusão acabei parando na Delegacia onde prestei depoimento e recebi uma recompensa para passar uma noite aproveitando as melhores atrações da cidade e de graça, pois acabei prendendo uma das gangues mais perigosas dali. Eles haviam pedido ajuda a Konoha e como eu já havia resolvido eles cancelariam o pedido.

Eu acabei passando o passe para noite gratuita em Otafuku para um amigo, pois não queria mais confusões naquela cidade.

Não havia nada a ser feito por mim, meus equipamentos estavam em dia e meu estoque de ervas, medicamentos, ataduras e gazes estavam completos. Não tinha alunos para treinar e muito menos uma missão para mim, então acabei dormindo em baixo da árvore do jardim da minha casa, mas não durou por muito tempo.

-Mas que vergonha! – Abri meus olhos e vi que minha Mãe estava pendurada com o Kinobori olhando para meu rosto. – Não acha que está muito cedo para dormir?

-Eu só estava creditando a conta para quando precisar... – Obviamente estava falando daquelas missões que não deixam sequer descansar por pouco tempo.

-Está bem! – Ela deu um salto ficando em pé e de costas na minha frente. – Que tal uma luta? Se ganhar eu deixo que durma.

-E se eu perder? O que terei de fazer?

-Ajudará sua irmã com as compras da próxima semana!

-Está bem, vamos nessa...

Andamos até o dojo atrás da casa e quando percebi já estávamos frente a frente em posição de combate. Eu sabia que minha Mãe superava minha velocidade, na verdade eu mal conseguia ver seus movimentos e não poderia deixar que fosse a primeira a atacar, mas ela também não permitiria que eu fosse o primeiro. Ambos com o Byakugan ativado, eu avancei primeiro para aplicar um Shoutei como distração para dar inicio a um combo de golpes, mas aparentemente ela sabia o que eu utilizaria e usou o Shoutei para contra-atacar o meu. Os golpes que se sucederam foram bloqueados por eles mesmos, mas minha Mãe que os utilizava para contra atacar. Ficamos algum tempo naquela “brincadeira” e mesmo que eu tentasse mudar a ordem, sequencia ou qualquer outra coisa, ela parecia prever meu movimento. Cansei de tudo aquilo e dei um salto para trás para me afastar dela.

-Não pode atacar alguém como eu deste jeito Yukito-kun... – Ela pareceu ler até mesmo meus pensamentos – Além de experiente, eu sei usar melhor meu Byakugan e sou mais rápida!

-Como imaginei... – Sorri e continuei – Não posso ganhar da pessoa mais forte da família e isso porque não deve estar usando metade do seu poder!

-Tem razão... – Ela sorriu – Para mim isso é brincadeira de criança, até sua irmã me da mais trabalho!

-Como ela...

-Força bruta! – Suspirou e continuou – Sua irmã não possuí aptidão para velocidade ou flexibilidade igual a mim e você! Ela puxou mais características do seu Pai do que eu imaginava...

-Força bruta... Já imaginava isso, uma vez ela quase me jogou para fora do Dojo...

Olhei para o lado e falei em tom sarcástico, minha Mãe acabou gargalhando e após algum tempo ela me explicou o segredo de quem usa velocidade em combinação com o byakugan, eu não sabia como era tão poderoso e que poderia ser utilizado daquele modo. Reiniciamos o treino e usei as dicas para minha Mãe, não deveria tentar adivinhar os movimentos, mas deveria senti-los e ver como os músculos agiam e daquele modo estava unido meus conhecimentos de anatomia junto com o byakugan e conseguia prever os golpes que seriam utilizados ou ao menos onde seria a região atingida. No final das contas acabei recebendo um treino especial da minha Mãe que logo após viu que estava exausto e permitiu que eu descansasse na sombra da árvore assim como queria, mas como havia perdido a aposta, na próxima semana iria fazer compras com a Saya.

No dia anterior eu havia treinado com minha Mãe o que resultou em alguns pequenos tumores em todo meu corpo, por querer me proteger, minha Mãe nunca pegou leve nos treinos comigo, sempre fez com que me esforçasse ao máximo para que quando fosse necessário, tudo ocorresse automaticamente. Naquela manhã fui para as fontes termais da vila, elas possuem características medicinais e poderia retirar aquelas marcas de treino do meu corpo sem muita dificuldade, isso se eu utilizasse uma mistura de ervas especiais em forma de creme para fortificar o tratamento.

Não sabia por quanto tempo havia ficado na fonte termal, mas de acordo com o sol e meu estomago, já era hora do almoço e decidi comer algo que há um bom tempo não sentia nem o cheiro. Churrasco em um restaurante comum de bairro, não tinha luxo para mim, nem gostava de ficar frente e inúmeros talheres que nem sabia os devidos nomes. Enquanto me alimentava tranquilamente, uma mulher de cabelos longos e dourados em uma roupa parecida com a de uma colegial e com uma grande espada nas costas se aproximou e bateu na mesa com a mão direita para chamar minha atenção.

-Então está no lugar de Senju Hakufu! – Levantei a sobrancelha direita e olhei nos olhos da mulher.

-Educação é um ótimo instrumento, não sei por que as pessoas inclusive os shinobis não há usam - Suspirei – Até perdi meu apetite, mas sim e como você sabe?

-Você é exatamente como me falaram. Um Hyuuga educado de modo intimidador e inofensivo... – Não sabia a fama que eu tinha na vila e para mim pouco importava – Hakufu me contou que não pode mais lutar e que todo desafio meu para ela, você a representaria!

-Até nisso sou metido, mas enfim... O que deseja?

-Uma competição de habilidades que se inicia agora com uma simples corrida até o topo do monumento dos Kages!

Ela mal terminou de falar e iniciou uma corrida surpreendente para fora do restaurante, eu simplesmente deixei o dinheiro sobre a mesa e corri para o local. O desafio era chegar ao topo do monumento e até onde sabia não existia nenhum tipo de trajeto definido o que me permitiu pegar um pequeno atalho que conhecia e chegar primeiro. Eu sabia que ela não seria capaz de saber sobre aquele caminho, pois além de ser escondido passava por dentro do complexo Hyuuga o que me deixou na vantagem, pois conheço cada canto do complexo como a palma da minha mão.

-Parece que ganhou essa, mas... – Ela colocou a mão direita na espada e quando deu um passo para frente à desbainhou e me atacou – Não vamos ficar parados!

Ela é uma excelente espadachim, entretanto tinha a mesma velocidade que eu o que me permitiu desviar dos golpes com certa facilidade e ainda conseguir algumas brechas para me afastar.

-Não quero machuca-la, então vamos parar por aqui!

Ela sorriu e surpreendentemente sua velocidade aumentou e muito, o que fez minha desvantagem e me obrigou a usar meu byakugan para conseguir seus movimentos e seus músculos a trabalharem me deixando espaço para desvendar seus movimentos e “prever” o local onde atacaria. Por um instante eu pensei que havia escapado de um golpe pela diagonal com a espada, mas acabei sendo acertado, pois havia chakra nela o que permitiu maior alcance.

Hachibi soltou uma gargalhada e até comentou algo sobre como eu era patético por cair em um truque daqueles, mas não poderia deixar que minha raiva tomasse conta do meu corpo ou perderia o controle sobre mim e ele conseguiria sair do meu corpo causando muita confusão e mortes incluindo a minha.

-Vamos parar de brincar!

Ao falar aquilo ela simplesmente desapareceu e começou a me atacar com a espada cortando minha roupa, aparentemente não queria me ferir, pois somente a roupa foi afetada. Já não aguentava mais a situação e comecei um contra-ataque o que me deu a perfeita noção das habilidades dela. Taijutsu não era seu forte e usei isso ao meu favor. A luta prosseguiu pela tarde até o inicio da noite nós já não aguentávamos ficar de pé.

-Parece que você venceu e sem usar seu monstro de cauda.

-Como você?

-Ela me contou tudo o que sabe sobre você, afinal amiga dela e sua futura noiva!

-Futura... Noiva!?

Ela sorriu e desapareceu com uma explosão de fumo, não sabia ao certo o que ela queria com aquilo e deveria descobrir sobre aquele assunto de noiva, talvez Hakufu me desse respostas para isso.

Livros e pergaminhos para todos os lados guardados em estantes e sobre mesas, apenas uma estava vazia e esta era a maior, onde eu estava sentado em sua respectiva cadeira e com um grande livro em minhas mãos, não estava lendo nada e por mais que tentasse não conseguia me concentrar. Não havia barulho algum, pois aquele local além de ter proteção acústica estava no subsolo de todo o terreno da casa e era o maior local da propriedade, a biblioteca pouco usada por meus pais ou minha irmã, mas um dos meus locais favoritos. Poderiam dizer que era hipocrisia a minha, um garoto que adora aventurar-se independente do perigo, gostar de uma biblioteca totalmente fechada e no subsolo, mas até mesmo um gato aventureiro precisa de uma casa para retornar.

-Está preocupado com o que? – Meu Pai havia se aproximado de mim, como estou perdido em pensamentos não notei sua presença.

-Uma garota! – Olhei para ele e percebi que um sorriso ficou estampado em seu rosto.

-Amor não correspondido?

-Quase, mas... – Voltei a olhar para o livro – Não a conheço e já sou noivo, ao menos foi o que ela me disse.

-Você pode não a conhecer, mas para ela afirmar que é sua noiva... – Percebi que havia um tom de sarcasmo em sua voz, mas apenas escutei – Já deve ser uma admiradora secreta!

-Mulheres são complicadas! – Suspirei e meu Pai acabou rindo.

-Eu conheço um remédio para isso... – Ele me encarou e eu já sabia o que viria – Que tal um treino especial com seu Pai? Eu sei que já recebeu um de sua Mãe!

-Ok!

Guardei o livro que estava lendo e acompanhei meu Pai até o dojo, quando entrei levei até um susto. Aparentemente aquele seria um treino programado por meu Pai para Saya e como ela estava em missão, eu seria a cobaia. Para todo local que eu olhava haviam várias kunais e shurikens amarradas em sistema de lançamento, aquele era um treino comum para dominar o Hakkeshou Kaiten.

-Já deve saber como funciona o propósito de tal aparelhagem!

-Sim e afirma que já domino o Hakkeshou Kaiten...

-Não terminei de falar! – Ele acabou me interrompendo e fazendo com que ficasse quieto apenas escutando – Quero que desvie de todas as kunais e shurikens que conseguir. Treine sua esquiva e velocidade!

Ele mal terminou sua fala e as primeiras já vieram em minha direção, foram apenas quatro e relativamente fáceis, já que não havia precisão nos lançamentos. Consegui me esquivar apenas girando meu corpo e abaixando após passar as duas primeiras. Ativei meu Byakugan e notei que já havia outras vindas em direção as minhas costas, foram mais difíceis, pois tive que dar um mortal para trás e girar o corpo ao mesmo tempo, mas mesmo assim ainda levei dois cortes de raspão o que seria o suficiente para um veneno entrar em meu corpo e até trazer minha morte.

Várias kunais e shurikens avançaram de várias direções e quase virei um contorcionista em meio a um salto para esquivar, mas levei uma kunai em minha coxa, entretanto os ataques não cessaram. Fiquei com pouca mobilidade e lembrei que não poderia repelir os ataques, mas ele não havia falado nada sobre contra atacar. Rolei pelo chão pegando o máximo de kunais e shurikens que pude e quando voltei a ficar de pé, me concentrei para atacar no instante certo. Minha reação deveria ser tão boa quanto a velocidade de ataque e ainda havia um numero muito limitado de armas para mim, e deveria apenas usá-las como suporte e me esquivar de todas as possíveis.

Após um longo tempo de treino as armas de arremesso acabaram e eu havia umas três em meu corpo e inúmeras no chão. Estava cansado e um pouco ferido alem dos cortes de raspão, mas havia sido um ótimo treino, pois poderia usar aquelas habilidades em batalha.

O dia de pagar pelo pacto com minha Mãe havia chegado e sinceramente, gostaria que passasse tão rápido quanto ele chegou. Saya é uma garota chata, cheia de si e muito barulhenta, ainda não acredito que existam garotos interessados nela e por mais que meu Pai sempre me peça para impedir essas coisas, nunca fiz nada, afinal sei que o único garoto com quem ela gostaria de ficar, não sabia que ela existia.

-Onichan! Vamos logo!

-Já estou indo, para que toda essa pressa? – Ainda descia as escadas enquanto Saya já estava no lado de fora da casa.

-Eu preciso comprar as coisas para preparar um Obento...

-Para quem você vai dar esse Obento? – Acabei interrompendo ela quando sai pela porta e a tranquei – Não é para aquele tal de Yuuto? – Ela ficou ruborizada e começou a olhar para o lado com um misto de raiva e vergonha.

-Não faça brincadeiras idiotas... Eu apenas quero comer um Obento...

Acabei rindo e coloquei minha mão sobre a cabeça dela, aquele era um gesto que eu fazia quando éramos crianças e que indicava que tudo ficaria bem, ela sorriu como retribuição e logo partimos para as compras. Compramos legumes, verduras, carne, peixe, grãos, óleo, ovos, enfim coisas que eram utilizadas na cozinha e a sacola já aparentava ter uma tonelada.

-Ainda falta muita coisa?

-Como assim? Nem começamos a comprar os produtos para limpeza! – Ela notou que para mim aquela sacola estava muito pesada e acabou com um sorriso de sarcasmo – Eu sabia que era fraco, mas não sabia que era ridiculamente fraco!

-Você tem sorte por estar treinando com o Papai, mas sabe muito bem que sou muito mais rápido que você!

-Pode até ser, mas... – Ela caminhou lentamente e com uma das mãos forçou a sacola para baixo – Para mim força é tudo!

-Hmmmm... – Usei minha velocidade para soltar a sacola e fazer com que ela caísse perante aos meus pés. – Quer lutar e decidir isso?

-Vamos para o topo daquele prédio! – Ela apontou para um prédio que ficava próximo ao Gabinete do Hokage, era bem provável que se alguém estivesse na sala iria ver nossa luta.

-Ok!

Em poucos instantes já estávamos um frente ao outro em posição de batalha, ninguém subia no telhado daquele prédio, até porque era inacessível a pessoas comuns que não conseguiam escalar as paredes. Saya foi a primeira a avançar e notei que sua velocidade era muito baixa se comparada com a minha e nem mesmo usava os Taijutsus do clã Hyuuga, pois não tinha habilidade o suficiente para domina-los, entretanto seu byakugan foi muito bem treinado e sua força supera qualquer expectativa que possam ter dela.

Não tive dificuldades em escapar dos golpes, mas por um segundo eu acabei levando um poderoso chute que me lançou para uma das beiradas do prédio e se não tivesse utilizado o kinobori para me prender ao chão, de certeza estaria no chão naquela altura. Olhei para ela e notei que possuía uma aura em volta do corpo dela e com isto os braços e as pernas pareciam se multiplicarem no mínimo cinco vezes. Ela iniciou uma nova sequencia de golpes e mesmo com meu Byakugan ativo, eu conseguia visualizar que todos aqueles golpes realmente eram reais, mas como ela fazia aquilo se não era rápida. Acabei utilizando o Hakkeshou Kaiten para afastá-la e conseguir espaço para raciocinar, mas acabei tendo uma surpresa. Ela não foi repelida e ainda recebi o dano do meu jutsu.

-Como você?

-Posso não ter habilidades com Ninjutsu e nem ser rápida, mas... – Ela sorriu – Tenho um ótimo Taijutsu e um excelente Genjutsu!

-Genjutsu!

Concentrei meu chakra para tentar me desfazer daquela ilusão, mas não conseguia só se tornava pior e quanto mais tempo passava dentro da ilusão mais desesperador a situação ficava. Acabei me rendendo e foi então que ela revelou seu verdadeiro truque.

-Aqui está! – Um pequeno rato branco estava nas mãos de Saya o que me deixou confuso. – Ele é o responsável pelas ilusões! Na verdade sou péssima com Genjutsu.

-E quem é esse?

-Não acredito que não reconhece! – O rato mexeu o bigode e virou um Leão gigante com uma meia lua prata na testa, ele poderia facilmente transportar a nós dois mais as compras. –Tochoumaru!

-Porque você pegou o Tochoumaru da Mamãe?

Uma nuvem de fumo em explosão surgiu na minha frente e foi então que o ancião Hyuuga surgiu.

-Além de não passar no exame Chunnin, não consegue passar por um simples teste! – Ele parecia irritado e minha Irmã acabou baixando a cabeça – Não é digno de ser um Hyuuga! Nem sei como se tornou shinobi. De agora por diante, não é mais reconhecido como um shinobi para o clã, até que prove o contrario!

Ele foi embora do mesmo modo que chegou, e para um Hyuuga como seu não ser considerado shinobi para o clã, era como um seppuku.

Estávamos todos em pleno jantar e o silêncio em minha casa estava me corroendo, me sentia culpado, na verdade eu sou mesmo culpado pelo Ancião ter feito àquela decisão. Nem meus familiares poderiam comentar nada sobre os assuntos shinobis do clã e da vila, alguns representantes do clã retiraram todos os objetos do meu quarto que representassem a vida de um shinobi. Até mesmo a minha bandana que por mais que eu não a usasse sempre levava comigo em missões ou até mesmo quando iria simplesmente andar pela vila.

-Então... – Meu Pai parecia tentar puxar algum assunto, mas não vinha nada em sua mente. Foi quando eu abaixei minha cabeça e me levantei da cadeira.

-Estou saindo...

Não disse mais palavra alguma, apenas sai de casa naquela noite silenciosa. Andando dentro do complexo Hyuuga percebi que a noticia já tinha se espalhado e todos olhavam para mim, alguns com pena outros com deboche, mas não em importava co nenhum, continuei caminhando sem rumo pela noite. Enquanto eu passava pelas ruas pouco movimentadas de Konoha um plano me veio em mente. “Eu sou um shinobi de espírito aventureiro, não posso simplesmente ser trancado em uma jaula sendo impedido de fazer o que mais gosto!” Olhei para o céu e percebi que era uma ótima noite estrelada. “Quero voar sem me preocupar com regras...” Um shinobi passou saltando entre os telhados e foi então que uma ideia me surgiu na mente “Exilar-me da vila. Não posso simplesmente aceitar essa condição de um velho que mal pode andar, vou provar para Konoha e especialmente para os Hyuuga o quão poderoso eu sou!”.

Já tinha todo o plano arquitetado em minha mente, não deixaria nenhum tipo de vestígio, muito menos alguma pista do meu futuro paradeiro. Simplesmente usaria uma rota de fuga que havia desenvolvido para fugir da vila caso algo muito ruim ocorresse e eu fosse responsável por salvar algumas vidas. Não era um trajeto seguro, afinal passaria por dentro da floresta da morte ao norte de Konoha.

Aproveitei a madrugada e utilizei um Shunshin para me locomover pelas ruas sem ser percebido pelos poucos shinobis que se mantinham acordados. Tive que ter muito cuidado quando passaria por locais iluminados ou com mais de dois deles para vigiar, mas não tive problemas até chegar à floresta. Pouco antes de pular a alta grade de proteção com a ajuda do Kinobori, me lembrei de que o meu exame para Chunnin havia ocorrido naquele local e que foi ali que conheci um dos meus melhores amigos.

-Apenas lembranças que serão deixadas para trás... – Suspirei e comecei a escalar – Preciso seguir meu sonho!

Quando entrei na floresta, fui pego por uma explosão. Fui arremessado para o lado oposto da cerca e quando olhei para a origem vi uma pessoa com nível de chakra equiparado ao meu. Fiquei perplexo por ter sido pego, mas acabei analisando a situação e percebi que uma um shinobi com a intenção mais terrível que eu poderia imaginar.

-Olhos albinos! Facilitou meu trabalho garoto!

-Olha lá como fala, não aceito sair para dançar antes de um jantar!

-Você parece gostar de piadas. O que acha de uma historia?

-Não estou a fim de dormir!

-Serei curto, meu objetivo são seus olhos!

Ele avançou e foi então que percebi que além de ser uma rota de fuga, aquela era uma das poucas rotas com menos vigilância, afinal quem esperaria que um shinobi atravessasse um local com tantos perigos como aquele. Possivelmente as barreiras sensórias de Konoha já tivessem informado ao capitão ANBU sobre ele, mas a sua exata localização não era revelada.

-Já disse que só danço... – Quando ele se aproximou eu avancei contra ele, acabei sendo atingido por sua kunai, mas consegui a abertura perfeita para usar o Hakke Hasangeki e impulsioná-lo para longe do meu alcance. Retirei a Kunai e rapidamente curei o ferimento com um jutsu médico básico. – Após um jantar!

Rapidamente raios envolveram meu corpo e minha velocidade foi aumentada em três vezes o que me deixou na vantagem para me aproximar e atacá-lo com Juukenhou - Hakke Hyakunijuuhachi Shou. Entretanto outros surgiram em meio às sombras e outras explosões me jogaram para trás, por sorte consegui prever a área que seria atingida e me curei antecipadamente com o Inyu Shometsu. Várias kunais com tags explosivas foram lançadas em minha direção, foi então que girei meus braços usando o Hakkeshou Kaiten para repelir todas as kunais de volta onde explodiram a atingiram todos.

Quando eles voltaram a ficar de pé, avançaram contra mim e quando seria atacado de todas as direções sem chances para defesa, três ANBU apareceram e criaram uma defesa perfeita ao meu redor, protegendo a mim e a eles. Notei que um deles era Hyuuga pelo fato de estar com o Byakugan ativo e foi junto a eles que consegui eliminar os shinobis intrusos.

Passei por várias seções de interrogatório e no final Ancião Hyuuga me aceitou como membro oficial do clã novamente porque acabei ajudando alguns ANBU a impedir que um Hyuuga fosse capturado e poderia ter sido até ele mesmo, pois o plano arquitetado por eles era perfeito e eu só não havia sido capturado, pois os preparos ainda não havia acabo.

Os últimos acontecimentos em Konoha fizeram com que eu me sentisse um inútil, não aguentava mais ter aquele pouco poder e já estava na hora de mudar minhas ações, deveria valorizar meu modo de agir, não ficar querendo ser o melhor ou mesmo conseguir mais atenção.

Após dois dias o resultado do Exame Jounnin chegou através de uma carta e minha resposta acabou sendo um belo reprovado, fiquei triste por um lado, mas sabia que ainda era muito cedo para assumir tal responsabilidade e agora deveria cumprir com meu compromisso inicial. Somente fui removido do anonimato por ser necessária a substituição de Hakufu como ninja, iria participar de todas as missões e tomaria as responsabilidades da minha Sensei em Medicina.

Inicialmente pedi para Chubou uma amiga de Hakufu e que acabou virando minha amiga para que entregasse um bilhete aos alunos de Hakufu, acabei descobrindo que sua aluna tornou uma Chunnin e seu aluno se tornava cada vez mais forte. Estava na hora de testar o meu novo aluno.

Kurata receberia um mapa e uma carta dizendo para me encontrar em minha casa no complexo dos Hyuugas. Já estava tudo pronto para recebe-lo e o dojo estava limpo para ser utilizado em um combate. Agora restava esperá-lo e por isso fiquei no telhado da minha casa observando a rua.

Não sabia ao certo sobre a aparência do aluno de Hakufu e por isso deveria ficar atento a qualquer Gennin que parasse frente a minha casa e que não pertencesse a equipe de minha irmã. Chubou trabalha muito bem, afinal acabou entregando a mensagem em ótimo tempo, já que havia um Gennin desconhecido, mas aparentemente familiar chegando próximo de minha casa, ele parou e olhou para mim, foi então que tive a certeza de quem era. Suspirei e dei um salto mortal rodopiando duas vezes no ar e ao tocar no chão foi como um pouso suave de um pássaro.

-Deve ser Kurata... - Me aproximei do garoto e sorri - Sou Hyuuga Yukito e sou aluno da Hakufu, digo... -Parei por um tempo para encontrar palavras para expressar e continuei - Ela foi e é minha Sensei na area Médica, ainda tenho muito o que aprender... Mas como deve saber ela está incapaz de de exercer suas atividades como Ninja e por isso fui treinado para ocupar seu lugar... - Comecei a caminhar para dentro de minha casa que estava com o portão aberto - Vamos? Preciso saber seu poder de combate.

Caminhei lentamente entre o caminho do jardim que levava até a parte de trás da casa, era possível sentir o cheiro da comida que minha Mãe preparava na cozinha, meu Pai estava afiando as laminas de suas armas e minha irmã estava no banho, mas Kurata não precisava saber disso. Chegamos ao grande Dojo onde comecei aquela pequena demonstração com algo que nem eu mesmo era bom, um simples Genjutsu lançado contra Kurata no momento que virei e olhei nos seus olhos, gostaria de saber se conseguia sair com facilidade, mesmo eu sento fraco naquele quesito.

Observei o Gennin que estava sofrendo em meu Genjutu, não gosto de utilizar estas coisas para lutar, mas o objetivo daquela seção de treino não passava de uma avaliação de poder, então não poderia sentir pena. Por um breve momento comecei a perceber que a dor ficou menor, graças as minhas habilidades médicas consigo prever alguns tipos de fraudes em relação a doenças ou dores, sei quando o paciente esta realmente sofrendo e não atuando. “Interessante... Hakufu tinha um aluno tão habilidoso quanto esse, imagino o quão forte deve ser a Chunnin que foi aluna dela...”

Ativei meu byakugan para prever qualquer tipo de movimento vindo por parte de Kurata, sabia que aquela dor não passava de um teatro e deveria manter-me preparado para qualquer tipo de surpresa. Consegui ver a realização de selos e deveria esperar por qualquer coisa, mas comecei a sentir um pouco de frio que foi aumentando, mas logo percebi que se tratava de um Genjutsu, afinal o dia estava quente e até então não estava doente. Assim que notei a presença daquele genjutsu consegui sair de seu efeito sem problemas.

-Nunca mais brinque com a minha mente!

O Gennin falou com convicção e logo após lançou uma fuuma shuriken em minha direção, mas esta pareceu se multiplicar e era um pouco mais rápida, por sorte com meu byakugan havia conseguido ver o momento que ele moveu o braço para pegar e lançar a shuriken. Talvez ele não soubesse sobre o clã Hyuuga, mas armas de arremesso não eram boas opções para um ataque. Rodopiei expelindo chakra e por pouco não consegui me defender, por sorte o byakugan era uma grande arma ao meu favor, repeli um único ataque, o que achei estranho, pois haviam muitas shuriken vindo ao meu encontro. Suspirei e notei que até mesmo Kurata havia se multiplicado, acabei por sair novamente do genjutsu sem problemas, foi então que tirei minha conclusão.

-Porque iria perder tempo brincando com a mente de outros? – Olhei para ele e sorri – Acha mesmo que não será alvo constante de várias técnicas? Estamos aqui para que eu possa lhe conhecer e não conseguirei isso se não ver suas habilidades...

Assumi a posição de combate natural dos Hyuugas, agora tentaria aplicar-lhe um taijutsu do clã, iria provar de suas capacidades físicas. Desloquei-me com uma rápida corrida contra Kurata e ao chegar perto movimentei meus braços de modo a utilizar o Shugo Hakke Rokujuuyon Shou no máximo de escala possível e esperava que conseguisse defender ou desviasse, em qualquer um dos casos assim que terminasse o ataque faria um combo o atacando onde que estivesse com o Shoutei na região do tórax. caso o garoto fosse se machucar iria parar o ataque assim impedindo que se ferisse.

Kurata acabou se esquivando do primeiro ataque e logo após contra atacou o Shoutei com um jutsu de Raiton, mas a quantidade de chakra que lancei foi o suficiente para anular o ataque de Raiton. "Interessante... Aparentemente mais rápido do que... Acho que sou mesmo uma tartaruga..." Fiquei triste por me sentir muito lento, entretanto Kurata parecia ter um poder considerável.

Mal tive tempo de reagir e Kurata já estava próximo a mim, graças ao meu byakugan e aos meus principios médicos pude ver pelo inicio do trajeto do golpe que o alvo seria minha perna direita. Apenas concentrei chakra na região e ao levar o golpe, me recuperei com sucesso e no mesmo instante do dano que seria causado.

-Um médico não é ferido facilmente... - Olhei para o Gennin que agora estava longe após um salto - Sabe, você parece ser poderoso, mas quero ver seu ninjutsu agora!

Apenas dois selos e quatro pássaros de raiton se formaram, não usaria meu poder máximo, até porque iria apenas testá-lo (20 de Espírito). Os pássaros atacariam Kurata de forma que se tentasse esquivar, os outros três pássaros seguiriam seus movimentos. Enquanto estivesse preocupado com o jutsu de Raiton, realizei dois selos e uma serpente de água se criou avançando contra Kurata prevendo onde estaria, mas novamente não usaria meu poder total (20 de Espírito).

Gostaria ver como ele se escaparia ou defenderia aquele jutsu e dependendo do resultado poderia acabar com aquela seção ali mesmo.

Um fato inédito, os pássaros de Raiton bateram no corpo de Kurata e inacreditavelmente, nada havia ocorrido, aparentemente havia absorvido o jutsu, não sabia qual era aquele jutsu ou se era algum tipo de Kekkei Genkai ou mesmo uma habilidade exclusiva do garoto, mas percebi que para o jutsu de Suiton ele ficou surpreso e desviou como pode. "Parece que há limites para isso..."

Mal concluí meus pensamentos e um gato elétrico começou a se formar, com medo do que fosse ocorrer, girei expelindo chakra e no exato momento do impacto formei minha defesa perfeita contra o gato elétrico. Fiquei em posição de batalha e quando fui avançar para fazer o movimento final, minha irmã surgiu no dojo.

-Yuki-kun! - Com o susto acabei tropeçando e caindo de joelhos do chão do dojo, Saya começou a rir.

-BAKA! Não chegue desse jeito, você pode assustar alguém!

Gritei com ela e como esperado ela retribuiu tentando dar um tapa em meu rosto, mas desviei e uma briga tipica entre irmãos teve inicio. Após algum tempo acabei lembrando que Kurata meu novo aluno estava observando a tudo. Segurei o rosto de Saya com minha mão esquerda e como ela estava em cima de mim segurando minha mãe direita consegui apenas gritar.

-ME SOLTA! MEU ALUNO ESTÁ AQUI!! - Ela olhou para frente e percebeu o garoto, acabou ficando corada e se levantou ficando de costas para nós.

-O almoço está pronto... - Ela saiu caminhando e eu continuei deitado.

-Me desculpe por isso, mas deve saber como são irmãos. Vamos deixar isso para outra hora, agora vamos almoçar!

Me levantei, sorri e me arrumei saindo do dojo. No meio da confusão com minha irmã acabei desativando meu byakugan.