Uma briza agradável passava por minha pele, balançando a minha roupa, cabelo e a grama que por ali existia, pétalas rosas voavam pelo horizonte, como um lindo sonho... Os raios do Sol atravessavam as frestas entre as arvores, iluminando o local de forma magnifica, lá estava eu na floresta, próximo a floresta das cerejeiras, lugar agradável de se passar algum tempo.

O lugar era tipico para treinos físicos ou até mentais, entretanto não era esse o motivo pelo qual eu me encontrava ali, eu precisava selar um demônio em um objeto qualquer, e isso poderia resultar na minha morte caso falha-se na prova ou em um grande sucesso que precisava para uma futura façanha, selar um demônio em uma Katana. Devido a isto eu precisava de duas coisas para o meu sucesso, um ótimo controle de seu chakra para sobrepujar o demônio e mandar ele definitivamente para o objeto e uma grande habilidade em seus selos para selar o demônio antes que o mesmo fosse lhe matar...

Mais teria uma terceira coisa possível, se o demônio fosse muito forte, teria que ser enfraquecido antes de tentar selar ele. Entretanto como eu era apenas um Gennin, esperava o bom senso do meu Sensei.

Nero teve uma semana para me preparar para o teste. Este aproveitava para ler bastantes livros sobre o assunto, e começava a praticar os selos para tal jutsu, eram selos bastante complicados para um Gennin.

– Preciso melhorar a velocidade a qual faço os selos, se for lento acabarei arriscando a minha vida, tenho que me esforçar isto é um passo para eu conseguir meu objetivo.

Nero passa alguns dias a estudar cada passo do jutsu e a praticar os selos do mesmo, até ela estar pronto para o desafio ou pelo menos pensar que esta. Nero passa um dia descansado, pois já havia treinado de mais e estudado bastante, ela queria estar em plena forma física e mental para o dia do teste teórico. No outro dia ele acordava cedo, tomava banho e se arrumava para sair, mais antes de sair comia umas maçãs, nada muito pesado para não lhe atrapalhar.

Nero chegava até uma área grande coberta, onde já teria sido usada para realização de uma das etapas de um exame chuunin, era um lugar todo fechado e com lugares para o publico assistir de cima. Adentrando no local, Nero encontra outros alunos que iriam fazer o exame, estes eram poucos, pois era uma especialidade muito complicada de se seguir, e também havia alguns jounnins por ali, que estavam fazendo a segurança do lugar, provavelmente estavam lá para deter algum demônio que poderia sair do controle.

Nero se apresenta para um jounnin e este manda ela aguardar na parte de cima, porque não seria o primeiro a fazer o teste, ela era o quarto a fazer dos cinco que estavam lá. O primeiro vai para o tatame, para realizar o teste, ele se posiciona enquanto um jounnin segurando um jarro tampado vai entrando no tatame, este fica de frente ao garoto que iria fazer o teste e fala para ele.

– Vamos começar daqui a 10 segundos, irei liberar o demônio do jarro, como você estará na frente dele, ele ira diretamente em sua direção... caso queira desistir em algum momento da prova fale em tom claro que DESISTE.

Depois que falava isso o ninja balançava a cabeça como sinal de afirmativo, e então o jounin começava a contar até 10, no fim da conta ela libera um demônio que possui o dobro do tamanho de Nero, o ninja parece ficar pasmo ao ver aquilo e nem reage enquanto o demônio avança em sua direção, Nero ao ver isso salta em direção do demônio para ficar entre o caminho do ninja e o demônio, e realiza os selos que teria aprendido, rapidamente o demônio por sua vez é pego de surpresa não esperava que alguém iria atravessar na frente e também, quando Nero já esta quase tocando o chão ele acerta sua mão no demônio após terminar o selos, tudo aquilo teria sido feito por reação praticamente um ato impensado, instintivo por ter treinado tantas vezes aquela jutsus, por sorte Nero já estava segurando a Katana que ele iria trancar a criatura em sua vez, e o mesmo ao receber o toque de Nero adentra na Katana ficando selado nela. Neste momento Nero baixa a cabeça, achara que seria reprovado por interferir no teste de outro, e começa a caminhar para a saída sem falar nada, até que escuta uma voz ao fundo – Para onde vai? Não vai querer levar seu certificado de aprovação? Nero dava um sorriso neste momento.

Finalmente estava sozinho em casa, fui a procura de um pergaminho dado a mim por um mercador ao qual a minha primeira equipe tinha salvado a vida. Abri ele e vi que em seu interior tinha um segundo pergaminho, este era bastante antigo aparentando ser algo perdido a algum tempo. Apesar de sua aparente idade, ele parecia ser bem conservado, devendo ser algo preciso, então tive cuidado ao manuseá-lo em quanto eu o lia. Após algumas horas de leitura vi que era algo fantástico, se tratava de um estilo de arte marcial que possuía dois ramos até se interligarem se completando, seria este o caminho da suavidade, algo bastante técnico e o caminho da força bruta, onde não existia técnica em si, apenas a brutalidade total, no fim os dois se uniam formando algo bem maior, onde a suavidade poderia imitar a força bruta e a força bruta imitaria a suavidade.

Passei horas lendo e relendo aquele longo pergaminho, tentando capitar o máximo de teoria sobre aquilo, para começar um treinamento pratico sobre aquele estilo fantástico. Ao todo foram quase duas semanas de leitura, pois eu não queria treinar com pausas de leitura, para não perder o raciocino da coisa.

Finalmente iria começar os treinos práticos, logo cedo pela manhã levantei-me e fui comer algo antes de sair, fui até a cozinha apanhar algumas maçãs, as peguei e fui a um campo de cerejeiras que havia próximo a minha casa, era um lugar tranquilo para se treinar, lá eu podia ficar longe de todos problemas e preocupações, sem falar na melhor parte... Não seria interrompido lá, pelo menos nunca fui. Quando cheguei ao campo já estava no fim da primeira maçã, as outras duas coloquei na sombra de uma cerejeira para comer mais tarde, pois pretendia ficar lá até mostrar algum resultado positivo, não digo saber lá dominando algo, mas pelo menos começando a pegar o jeito da coisa.

Comecei o treinamento, precisava melhorar a minha precisão além da minha velocidade. Devia trabalhar movimentos rápidos e repetitivos, estes deveriam ser suaves. Comecei a treinar aplicando golpes no ar, tentando alcançar velocidades superiores, além de treinar os tipos de ataques daquele estilo, como a forma de aplicar os golpes que eram um pouco diferentes, mas não era tanto estranhos para mim, como por exemplo um tipo de golpe que fazia de minha mão algo parecido com uma espada, além disso vi que trabalharia bastante a movimentação do quadril, para golpes mais técnicos onde a técnica sobressaia a força, fiquei treinando bastante essa base por alguns dias.

Dias depois comecei treinar a base da verdadeira brutalidade, a visão deste treino era simplesmente e puramente a destruição, buscava formas de causar mais estragos no alvo, e até mesmo técnicas aos quais eu poderia arremessar o oponente com um soco, usando uma especie de ataque que empurrasse ele ao mesmo tempo que provocava o impacto.

Meu treinamento durou quase um mês ou talvez até mais que isso, não sei ao certo... O tempo passou rápido demais, afinal treinar era um dos meus passa tempos preferidos pois ocupava um pouco a minha cabeça e esquecia alguns problemas ao quais nem quero mencionar.

Perto de um rio que passava pelo país do Fogo, vivia um ancião repleto de sabedoria que agora se dedicava a ensinar o zen aos jovens aspirantes a samurai. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário. Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta.  Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo, e aumentar sua fama. Todos os estudantes se manifestaram contra a ideia, mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a praça do vilarejo, e o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais.  Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível.  No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.

Desapontados pelo fato de que o mestre aceitar tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram: - Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós?
- Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?
- A quem tentou entregá-lo - respondeu um dos discípulos.
- O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos - disse o mestre - Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo. A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma, só se você permitir...

Sim, eu era um dos seus discípulos e como os outros depois dessa resposta estava estático processando tudo que tinha ocorrido por ali. A sabedoria do Ancião era incomparável, era por isso que ele não podia ser derrotado. O seu corpo ou reflexos não eram o que o tornava invencível, mesmo que ele estivesse morto depois desse desafio, de nenhuma vitoria ou gloria o seu adversário poderia se gabar. Vi alguns indo embora pedindo desculpas para o grande mestre, um deles que não compreendeu a mensagem de nada pediu e se retirou para sempre. Ficando apenas eu e o Ancião, ele olhou para mim com aquele olhar sereno e eu dei dois passos em sua direção me ajoelhando em seguida, fazendo uma reverencia - Por favor sensei, compartilhe um pouco de sua sabedoria comigo, a calma não me acompanha, minha mente estaria para explodir nesse confronto, fazendo com que minha derrota fosse certa depois de ouvir esses insultos. Não quero continuar sendo assim.

O Ancião deu um leve sorriso e falou - A fúria dos seus ancestrais é admirável, jovem aprendiz. Conheço os feitos deles, porém tu es jovem, precisa aprender antes de tudo a controlar a sua fúria para o momento certo, pois o seu coração parece uma fornalha, que senti desde o primeiro dia que lhe vi. A sabedoria vem com o tempo, mas algumas coisas podem lhe ajudar a alcança-la mas precocemente. Te darei os primeiro passos para aprender a se controlar.

Ali tinha se formado um novo laço de discípulo e mestre. O ancião fez o primeiro passo para que o jovem aprendiz aprende-se o autocontrole, lhe ensinou algo que exigia paciência, a "arte", isso iria começar a esculpir um grande guerreiro. Ao passar dos dias ele começava a lhe apresentar a escrita da espada e a musica. A musica levaria mais algum tempo para o jovem inquieto aprender, pois exigia muito sentimento, porém para a escrita da espada o jovem assimilou mais rápido, pois teria sido dito a ele que com ela além de trabalhar o seu controle, também iria trabalhar o seu manejo com esta arma mortal. Com o passar do tempo, o jovem discípulo aprendeu a empregar o desenho da espada no seu preparo para aprender a li dar com os inimigos naturais "shinobis", onde o chakra era empregado no desenho, no que era conhecido como Fuuin.


Inspirado no conto Zen "De Quem é o Presente?"