O grupo que se reuniu para o cumprimento daquela missão foi relativamente pequeno e após a saída inesperada de Uziel, diminuiu ainda mais. Katayo facilmente deduziu que ele deveria estar em contacto mental com alguém, pois a sua experiência em comunicações mentais tinha aumentado nos últimos tempos. Fosse quem fosse, pareceu ter outros objectivos para ele, fazendo-o desaparecer pouco depois. E como mais ninguém apareceu, o trio partiu.

Primeiro a andar e depois a correr, os três shinobis de Konoha encontraram um trilho pequeno e discreto para penetrar na densa floresta das redondezas e permaneceu em silêncio por algum tempo, até que o Aburame se lembrou de comentar algo a respeito do que viria por ai, após ter pedido ao Uchiha para ler o pergaminho da missão.

- Então a nossa missão será a eliminação de um grupo espião que se instalou a alguns metros da vila... Penso que isso será para instalar o medo em Konoha e aumentar a tensão entre as duas frentes, mas também podem estar a tentar enviar informações sobre os nossos progressos neste mês para Fiora. Não vejo outra alternativa a matar todos os que estiverem naquele campo. - Fez uma pausa e concentrou-se por momentos na estrada. Lembrou-se de puxar pelo capuz e envolveu a cabeça nele, sendo só visível perfeitamente para os outros do nariz para a frente, mas Katayo conseguia continuar a ver. - Podem contar comigo para qualquer tipo de suporte que necessitem, mas também não desvalorizo as minhas capacidades ofensivas. - O inicio daquela guerra e todos os seus envolvimentos fizeram Katayo entender que estava a mudar um pouco. Falava mais como uma pessoa capaz e menos como um inexperiente, o que era normal.

Estabelecendo um local apropriado para terem uma vista mínima do campo inimigo, o trio começou a preparar a táctica para conseguir cumprir aquela missão. O primeiro a dar a sua opinião foi Izumo, planeando lançar-se a ele e a Tsubasa como primeira investida, enquanto Katayo se preparava para um ataque de surpresa em separado.

- Não é uma má ideia. Se eles ficarem a pensar que apenas existem dois oponentes, ficarão distraídos nisso e poderei ao menos conseguir apanhá-los com algo. E caso algum deles vos tentem apanhar com algo demasiado perigoso, poderei lançar defesas de igual forma. - Olhou em redor, estudando o ambiente. - Eu posso tentar penetrar na floresta e ganhar uma posição mais alta enquanto vocês avançam. Duas coisas: Não baixem a guarda e não se esqueçam que eu estou por aqui. - E dito isso a sorrir, como não parecia haver nada que impedisse aquele plano, o Aburame aproximou-se de uma árvore atrás deles e começou a penetrar nas suas raízes, desaparecendo pouco depois.

Quando voltou, saia agora de um tronco de árvore alta, um local que lhe trazia uma vista elevada do campo de espiões e o esconderijo perfeito para que os mesmo não o percebessem. O seu caminhar à muito se tinha tornado quase o de um felino, sem produzir quase nem um único som, o que o tornava uma pessoa perfeita para aquele ataque surpresa. Nem mesmo ao mover-se de um lado para o outro do ramo para ter uma visão diferente do que tinha à frente.

Foi muito rápido que os ataques da equipa de Konoha se fizessem sentir entre o campo de espiões. Katayo aguardava muito calmamente até que começou a chover do nada. Ao puxar na mão e levantar a palma para cima, ficou uma poça negra. Sem saber qual o perigo de estar tão próximo do contacto com a mesma, apanhou um caminho rápido entre as árvores, até estar a uma distância onde já não chovesse. E nesse mesmo momento viu entre a folhagem uma chama imensa, que rapidamente se espalhou por uma grande área.

>>Foi por pouco... Não pensei que entrariam assim à bruta.<< - Voltou a aproximar-se, mas parte da floresta estava agora em chamas. Encontrando um espaço por onde não seria afectado, voltou a ter um ângulo de visão do que se estava a passar.

Dois deles tinham sido apanhado e possuíam agora grandes queimaduras, mas insistiam em combater, devido ás suas posições de combate já formadas. Um terceiro tinha aspecto de ter escapado e estava a dizer algo que certamente seriam insultos. Antes que mais acções se desenrolassem, varias dezenas de Kikais começaram a voar pela floresta, mesmo entre as zonas queimadas e com alguma velocidade alcançaram com facilidade um dos feridos. Primeiro criaram uma cúpula em sua volta, mas após isso apertaram até ficarem com o formato do corpo do homem, sugando todas as fontes de chakra que ele poderia ter. Uma morte morte mais rápida e indolor que as queimaduras.

Katayo tinha analisado a velocidade do Katon e da chuva e pelo que pareceu, quem quer que a tenha lançado era mais lento, mesmo que pouco, que ele. Para o inimigo não ter conseguido escapar, existiria uma hipótese de pelo menos aqueles dois o Aburame vencer em termos de rapidez de movimentos. Antes que alguma outra acção fosse feita para descobrirem o seu paradeiro. Katayo saltou de uma árvore para a seguinte, ao mesmo tempo que puxava de algumas kunais entre os nós dos dedos e as lançava estrategicamente para atingirem locais mortais, principalmente na cabeça e perto do peito. Assim 12 kunais em alta velocidade foram disparadas de locais sempre diferentes, estando o Jounnin em movimento, mas sempre para o mesmo alvo, aquele homem queimado que ainda estava vivo. Ele escapou das primeiras três, mas as restantes alcançaram-no e ele caiu morto. Os Kikais avançaram para o céu e iriam desaparecer da vista de amigos e inimigos, para voltarem ao Aburame que tinha arranjado um novo esconderijo.

- Onde... - O homem ágil que escapara, parecia desnorteado ao observar os dois shinobis à sua frente. - Vão pagar Konohenses! - Nesse mesmo momento três outras figuras começaram a submergir da terra como se ela fosse água. Formaram-se mais três espiões.

- Arranje um caminho. Os relatórios têm de chegar. - Comentava ele para aquele que sobrevivera à primeira investida.

O grupo tomou uma nova repercussão e sem dar por isso Katayo estava a saltar de árvore em árvore, atrás de um grupo de três inimigos que levavam uma espécie de pergaminho que conteria algo importante de manter secreto em Konoha.

Só ainda conseguia ver deslumbres de Tsubasa e Izumo no chão, mas do trio de oponentes tinha uma boa visão. Tinha de agir rápido enquanto os mesmo ainda não sabiam da sua existência e tentar deitar a baixo pelo menos um deles no caminho, dando tempo dos seus colegas conseguirem conciliar e actuar perante os restantes. Colocando a mente em acção, calculou o máximo que conseguiu a trajectória do inimigo e com três selos ágeis, lançou um pequeno raio de Raiton para a frente dos mesmos. Claro que quando o raio embateu, o grupo de Fiora estava apenas a menos de meio metro dele e quando Katayo apareceu teleportado daquele Shushin, sacou das suas armas ocultas e aplicou dois ferimentos dos quais seria impossível escapar, devido à velocidade adquirida, o poder destrutivo de um ponto vital e a proximidade com o factor surpresa.

Mas nesse mesmo momento outro dos atacantes de Fiora aproveitou-se para fazer selos e preparar algo contra o Aburame.

- Suiton - Suishuu Gorugon! - E depois do fazer, continuavam a tentar fugir.

Depois de atacar um dos Fiorences por trás, Katayo conseguiu pressentir que algo vinha na sua direcção, mas no preciso momento em que iria começar a fazer os selos para reagir, Tsubasa fé-lo, uma barreira de Doton que não lhe era um elemento desconhecido.Recebendo do Aburame um leve agradecimento de cabeça, o trio de Konoha começou o interrogatório e o primeiro a fazê-lo foi o Senju, usando um tipo de genjutsu pois o olhar do inimigo ficou baço. Mas sem sucesso, Izumo teve uma bruta reacção, onde finalmente conseguiram algo.

- E então, vão ficar aí parados? Vamos para essa tal ilha e pegar aquele verme... - Sorriu. Em certos momentos, Katayo podia jurar ver movimento que Tatsuo fizera em vida à sua frente. Uma personalidade sem paciência que que analisando bem gosta de matar por prazer. Nada disse quando se colocou novamente a caminho para a Ilha que foi anunciada por aquele espião que estava agora mais que morto.

- Eu partilho o mesmo desejo de morte a Fiora que você, Izumo, mas nunca se esqueça que estes são a raiz miúda. Guarde a sua raiva e rancor para os superiores, aqueles que merecem de verdade. - Foi tudo o que disse, em apenas um conselho amigo. Quem sabia se aqueles espiões não estavam a espiar para dar de comer às suas famílias. Aqueles que mereciam morrer eram Nakano e os que invadiram Konoha.

Penetrando entre as árvores e escapando daquela parte da floresta que ainda ardia, seguiriam até uma cidade portuária, onde apanhariam um barco. Era o mais sensato.

- O nosso espião já deve ter um barco à sua espera, por isso quando chegarmos ao porto, já ele pode ir adiantado. Com sorte conseguimos destruir não só a espionagem, como um dos seus postos de comando.