O colega de equipa Tatsuo informava o mais recente membro da equipa do tipo de missão que teriam pela frente, mesmo pouco tempo após o qual foi necessário para cruzarem a fronteira do País da Relva e chegar finalmente onde queriam. Entretanto, como era habitual, era bom todos saberem as habilidades uns dos outros por isso, depois do Chunnin que conhecia à mais tempo o ter enunciado, Katayo abriu caminho para a conversa começando ele, sabendo que quem estaria mais interessado era Inuyasha.

- Bem, eu tenho um estilo de luta à distância com Kikais, os insectos do meu clã, assim como algumas combinações com o meu elemento Fuuton. Esses são os meus fortes, mas consigo desenrascar-me nas outras situações. - Informava o Aburame, tendo de desviar rota para não encalhar com uma grande árvore. Tinha dado as coisas de maior importância e agora esperava algo de volta. Não teriam muito mais tempo por isso tudo o que fosse dito agora era bom.

Também seria bom perguntar se não era melhor terem uma pausa antes de continuarem com a missão em si, mas deixaria isso para depois da apresentação do novo companheiro.

Depois de concluídas as primeiras impressões uns dos outros, era novamente necessário que se concentrassem na missão, que estava a ponto de ser iniciada. Já estava a anoitecer e Katayo não gostava muito de ter a sua visão reduzida, mas sabia que quanto a isso tinha dois Uchihas de olhos "iluminados" para o ajudarem.

Tatsuo parava e com ele também os outros dois shinobis, presenciando a chegada. Não havia nada para fazer, mas certamente que estariam lá depois de passar o próximo vale e por isso era um bom local para pensar num plano. Ele já tinha um: Matar os guardas, usar técnicas de transformação para nos infiltrar-mos no meio dos contactos com Bar e do Mercado Negro com a ajuda de um ex-shinobi de Konoha.

- Não é um plano mau de todo. - Comentou o Aburame olhando para o horizonte. Vendo com mais atenção, dava sim para ver que a mais de 20 metros estava a vila. - Usamos o Henge para nos transformar-mos aqui já e entramos como pessoas... normais. Acho que se nos mostrar-mos interessados em entrar em negócios deste tipo, mais cedo ou mais tarde estamos perto deles. - Estava já a magicar algo. - Temos que ter as coisas bem definidas para não ser-mos apanhados. Eu serei Yotsu, um mercenário do País do Vento. Acho que se dissermos que trazemos algo valioso, como a informação que iria passar de Iwa, conseguimos uma infiltração. Não somos nenhuns infiltradores, mas penso que conseguiremos assim.

Queria saber a opinião dos colegas, enquanto ao mesmo tempo já imaginava o aspecto do seu mercenário. Para que o Henge no Jutsu funcionasse, era necessário ter

O plano estava montado e o vale era envolvido por fumaça dos três, dois mercenários e um comerciante. Katayo tinha um toque de riqueza para ficar bem visto, pois até os ricos estavam metido em planos como o do mercado negro, fora visto na missão com Hiroshi-sensei na missão dos miúdos escravos. O cabelo tinha ganho uma tonalidade azul e dava-lhe pelos ombros. A barba estava bem aparada, como ele gostava de ver e até ter quando crescesse. Roupas não muito adornadas, mas de uma tonalidade vermelho carmim, uma cor de pessoa importante.

Caminharam como se nada fosse durante todo o caminho, mas o coração do Aburame estava aos pulos. Teve de se acalmar quando finalmente se cruzaram com pessoas e mais tarde quando adentraram no bar. Estava lá ao balcão quem procuravam, Taka o ex-ninja de Konohagakure no Sato. Ele falava em coisas banais quando os viu, mas pelo seu olhar era possível saber que sabia com quem falava. A inteligência de Katayo também, lhe permitiu apanhar isso bem cedo.

Era-lhe dada a ele uma carta e este guardava-a nas vestes, da forma como vira muitos nobres fazerem na sua vila.

- Agradecemos muito a amabilidade. Este mapa turístico deve ser o suficiente. Talvez passemos por cá amanhã. - E dito isso, fez sinal para os colegas, como um nobre faz para os seus servos. Eles tinham escondido cargos mais baixos e o Aburame tinha que fazer um papel superior por muito que lhe custasse. Saíram do bar para a noite, iluminada apenas pela lua. Foi no beco atrás do bar, sem olhares curiosos, que Katayo abriu o pergaminho e leu para si. Já entendia tudo. - Hoje à meia noite vai acontecer uma reunião de "trocas comerciais" entre alguns dos membros do Mercado Negro. Vão vender e comprar algumas coisas para poderem seguir para o País do Chá ainda amanhã. - Sussurava para que mais ninguém ouvisse para além da equipa. - O local é uma longa ponte sobre o rio norte, a pouco mais de 1 quilómetro daqui. Diz também que teremos alguém à espera para os interessados a 20 metros do local... Segurança apertada. - Presumiu, entregando a carta primeiro a Tatsuo e depois para ser passada a Inuyasha.

Ficou escolhido que antes de tudo iriam recarregar baterias. Katayo tinha algumas barras de energia na bolsa, mas como eles preferiram frequentar um restaurante, ele seguiu-os e pediu algo simples, como um Ramen com ovo cozido e massa grande e foi o segundo a terminar o prato.

Mantiveram os disfarces e isso era o mais complicado. Não era toda a gente que conseguia manter por muito tempo algo que não era, muito mais num publico tão grande como o daquele restaurante. Mas shinobis de Konoha não tinham esse problema, conseguiram com distinção, pagaram e saíram de lá sem que ninguém desconfiasse.

Estavam na ponte 10 minutos depois, quando a lua marcava o céu bem longe, por cima das suas cabeças. Estava um pouco de frio e um mínimo de vento. Caminhavam naturalmente, sem pressas ou compromissos, afinal fazia parte da infiltração. Finalmente chegaram a ela e perceberam a magnitude: Estava um nevoeiro para onde a ponte se estenderia e onde seria o encontro no meio e à ponta mais perto deles estava um ponto móvel de mercenários, talvez contratados para se assegurarem que só entravam os permitidos.

Escondidos num arbusto, Katayo tentou deslumbrar quantos seriam, mas a escuridão não ajudava nada com isso. Contou dois, mas não queria arriscar o erro.

- Consigo ver dois, não sei se tem mais. Inuyasha-san, use o Sharingan para perceber pessoas, genjutsus ou qualquer armadilha que eles estejam a esconder. - Ninguém tinha avançado ainda por isso por muito que lhe custasse, tinha de fazer um papel de comando. Ao menos até Tatsuo ou Inuyasha quererem esse papel para eles. - Tatsuo-san, assim que tivermos a contagem, prepara um genjutsu para os colocar a todos. Necessitamos de pouco barulho, pelo menos até chegarmos ao meio com outro disfarce. Acho que o melhor será ataca-los com os meus insectos assim que eles estiverem distraídos com algo. Nada de muito violento, só algo que os deixe empatados. Se tivesses algum Fuuin que os deixasse num estado latente, melhor. - Enquanto dizia isso, do seu casaco Chunnin, ou melhor por baixo dele, Kikais começavam a sair em números dissimulados e pouco suspeitos. O Aburame estava a mandá-los rondar a área e preparar algo. Ele não tinha nada assim tão mortal que os matasse logo por isso teriam de arranjar forma de os forçar a adormecer, ou simplesmente, matar mesmo...

E numa nova missão, o plano de "surpresa" ia novamente por água a baixo. Katayo suspirava enquanto Tatsuo saia do esconderijo e ia de encontro aos mercenários, sem ao menos aplicar algo que os confundisse. Conseguiu dar conta deles, mas não de forma dissimulada. O Uchiha era mesmo o tipo de pessoa que não sabia esperar e Katayo descobria isso a cada momento mais que passava em missões com ele.

Disse para Inuyasha o seguir e foram a correr para a ponte, enquanto Tatsuo já lá estava a correr e saltar e decepar cabeças sem ponderar.

- Lá se foi o elemento surpresa... por completo. Inuyasha-san, acho melhor que lutemos lado a lado, vencemos mais assim. - Algo que o outro rapaz não fizera. - Impulsivo... - Falou baixo só para si, assustado até, mas nada menos determinante quando os mercenários os começaram a seguir com o olhar, preparados para os atacar também a eles. Tatsuo chegava perto deles, com dois ferimentos grandes. O Aburame não era mau, mas era a paga por ser imprudente. Seis pessoas restantes começavam a ronda-los. Não pensou duas vezes antes de lançar os seus insectos em ataque. Foram apenas uma distracção, pois preparava selos e iria lançar um jutsu para a frente, onde estavam melhor posicionados dois deles. - Katon • Goukakyuu no Jutsu! - A enorme bola de fogo do novo elemento de Katayo saiu disparada para a frente e este não conseguiu ver se surtiu algum efeito. Só viu que um deles adquiriu uma enorme velocidade e antes que ele completasse uma defesa com as mãos, já estava a levar um potente murro no estômago, que o lançou disparado contra uma das pontas da ponte. A visão ficou ofuscada, mas ainda conseguia ouvir os combates. Teria que se levantar o quanto antes e unir-se aos colegas. - Secret Technique: Insect Root! - Os insectos criaram raízes sobre os seus pés e pararam-no por um instante. Seria o suficiente para ele se levantar ou alguém contratacar, ficaria para ver...

A névoa da sua cabeça estava a acalmar e já se levantava apenas com uma leve dor de cabeça. A névoa real, que envolvia a ponte também estava a desaparecer, pois o seu utilizador devia estar ocupado demais para se concentrar nela. Entretanto Katayo conseguiu ver que o seu anterior oponente, tinha ficado preso numa das pernas pelos Kikais, mas dava chutes tão violentos que eles não aguentariam muito.

Quando reparou que o Aburame tinha voltado, sorriu-lhe, mas não parou de se tentar libertar. Os outros dois que tentara vencer com o Katon também ali estavam, um com uma enorme queimadura no peito descoberto e outro apenas chamuscado na nuca.

- Com que então os meninos vieram brincar ao Mercado Negro. Escolha muito pouco sensata. - Desde que levara com o golpe que o seu disfarce tinha desaparecido e ele voltava a ser um shinobi de Konoha. - Vamos matar-te aqui.

Katayo não respondeu. Sabia ao menos que um deles era utilizador de taijutsu e por isso tinha de manter a distância. Correu de forma de meio círculo por eles e começava a sacar de algumas kunais, já presas a linha shinobi. Lançou uma e lançou outra, as duas interligadas, que os outros dois ajudantes apanharam com as suas próprias sem dificuldade. Um combo arriscado, mas que mesmo assim teria que tentar. Lançou mais uma vez outras duas kunais com fio a liga-las, antes que as anteriores chegassem bem ao chão, novamente eles iriam defender e lançaram para os lados.

As linhas estavam cruzadas, tal como ele previra e então reuniu kikais o mais rápido que conseguiu e com duas lanças enormes produzidas por Destruction Bug Stream entrelaçá-las com os fios e assim os insectos puxaram para baixo e as lâminas das quatro kunais voltaram a levantar-se contra os oponentes. Com tantos ataques, os dois mais desprevenidos foram perfurados por elas, incluindo pelas lanças, que rapidamente lhe iriam sugar o chakra.

Só restava em pé, sem dores ou contorções, o utilizador de Taijutsu. Tinha conseguido libertar-se das raízes e estava pronto a combater. Tinha uma velocidade quase tão grande como a de Katayo e por isso voltou a investir com toda ela num só golpe. Nem foi necessário selos para a ordem.

Ao penetrar na pele de Katayo o inimigo pensava ter triunfado, mas apenas o que perfurou foi o conjunto de insectos que faziam parte do Muchi Kawarimi. Quando deu por isso, já o Aburame estava atrás dele, a concentrar chakra, para o expelir todo num golpe.

- Reppushou! - Juntou as mãos e a rajada que saiu de lá foi enorme, fazendo pressão ao ponto de partir até a estrutura daquela parte da ponte. O homem foi lançado no ar, com sangue a jorrar. Estava morto sem dúvidas. Tinha sido a sua primeira morte, pois os outros estavam só a contorcer-se de dores. E não lhe soube tão mal, pois ele queria matar-lo. Foi autodefesa.

Correu para ajudar os amigos, mesmo que com menos de metade do chakra.

Não ficaram ali mais que o necessário por isso após se reunirem novamente na ponte, saíram pelo mesmo lado que entraram, sem mais nenhum percalço. Katayo esperava que o Mercado Negro não fizesse mais vítimas tão depressa.

Tinham mais uma coisa a fazer no bar de Taka, buscar uma ultima carta depois da missão estar concluída. Cansados mas sem o demonstrar, assumiram novamente os disfarces anteriores e quando o Ex-shinobi de Konoha os viu, sorriu para si, sabendo que correra tudo como previsto. Como anteriormente o manuscrito foi para o Aburame e só o leram já fora da entrada da vila, longe dos olhares e sem disfarces.

- Temos uma ultima tarefa antes de regressar. Taka pede para passarmos esta noite num tal de Hotel Tsubasa e até tem aqui um mapa. - Passou o mapa para Inuyasha e a carta com a assinatura do homem a Tatsuo. - Parece que nos foi oferecida uma estadia lá depois do que fizemos. Será bom descansar um pouco e recuperar forças para voltar ao País do Fogo, não? - Sorriu aos colegas, apesar de sentir um cansaço grande encima.

Já devia passar da meia noite e meia e Katayo estava habituado a deitar-se para aquelas horas. Mas o esforço final de mais alguns quilómetros sabendo que teria uma boa cama para dormir depois de todo aquele dia de viagem compensava tudo.