Naquela manhã, duas semanas após ter chegado finalmente a Konoha depois da cansativa viagem até ao País do Vento devido à participação de Katayo no Chunnin Shiken, o seu pai pedira para falar com ele na pequena sala da casa da família. Quando isso acontecia, ou o rapaz tinha partido alguma jarra ou feito alguma coisa má, ou então tinha para tratar com ele algo de sério. À muito tempo que os pais não se tinham de preocupar em perder objectos em casa...

Sentou-se à mesa, do lado oposto ao dele, de roupa informal e sem a bandana posta, tal como o filho, que tirara o dia em casa também. Não demorou muito a perceber que ele tinha chegado.

- Agora já és um Chunnin filho, um dos ranks importantes para Konoha e para a protecção da vila. Estás a crescer e isso significa que necessitas sempre de melhorar-te enquanto pessoa, mas para o bem da nossa vila, de melhorar enquanto shinobi... - A conversa dele era estranha e isso deixava-o nervoso demais. Estaria o pai a pensar que ele era fraco demais para o cargo que lhe fora dado? Apenas lhe acenou. - Nesse caso venho apresentar-te a proposta que o meu pai me fez quando cheguei a Chunnin e o que o pai dele também fez.

- E... qual é a proposta?

- Se estiveres de acordo vou ensinar-te a arte de criar kanjis e Fuuins. Assim serás um shinobi especializado em selos e selamentos importantes, um Fuuin-nin. Muitos da nossa família o são, o teu tio, o teu avô e também eu. Estou disposto a passar-te os meus conhecimentos. - Aquela proposta pareceu-lhe fantástica.

Já tinha ouvido falar de Fuuins e as suas utilidades variadas no mundo ninja e até sabia que o pai os fazia, desde que quando tinha 4 anos e o pai lhe construíra um brinquedo com um kanji que ao ser tocado, lançava um odor sempre diferente e bom. Não pensou duas vezes. Lembrava-se que Tatsuo era um excelente Fuuin-nin e como isso era útil.

- Aceito pai, penso que irá ajudar-me bastante. - Sorriu-lhe e o parente retribui-o, começando a levantar-se.

- Irá mesmo. Começamos o quanto antes.


O resto desse dia foi levado a estudar os 5 livros sobre selos e Fuuins que o pai tinha guardados. Pelo menos tinha começado a leitura, mas sabia que levaria muito mais que uma semana para conseguir ler-los a todos de uma ponta à outra. O primeiro era apenas uma introdução aos kanjis: Nomes, significados, formas, geometria e caligrafia. Ensinava também a fazer um primeiro selo simples e com o efeito de brilhar no escuro. Para começar era uma boa prática.

Já era de noite quando finalmente pegou num pergaminho em branco e preparou a pena de tinta para começar a formar o kanji necessário, tal e qual como era apresentado no livro. Fez-lo à primeira, mas demorou bastante para o terminar. Ficou bastante alegre quando viu que dera frutos e que ao pousar a mão nele, iluminava um pouco o escuro da secretária. Estava pronto para avançar, mas só no dia seguinte.


Não parou por mais dois dias. Claro que teve tempo para as missões, para se lavar e para se alimentar, mas todo o tempo livre foi gasto em casa, sobre a mesa, a ler tudo o que podia sobre os selamentos. Conseguiu adquirir habilidade suficiente para fazer uma quantidade limitada deles, mas mesmo assim, já se sentia muito contente.

O pai levou-o à Central de Selamentos, onde ele mesmo também trabalhava, para que fosse uma espécie de "Teste Final". Tinham lá naquele dia um selamento importante para fazer, pois algumas das informações importantes de Konoha seriam codificadas em Fuuins para que apenas aqueles que tivessem a chave pudessem adquirir-las. Nervoso mas sempre confiante, colocou-se entre shinobis experientes, dando as suas opiniões de como se fazer o símbolo do selo, entre outros procedimentos para o sucesso.

Foi feito um circulo humano à volta de um enorme pergaminho de cor amarela, aberto e sem nada escrito. Um dos ninjas escrevia o kanji que foi criado com a ajuda do Aburame e depois também ele se posicionou. Para além dele e do pai, estavam mais quatro pessoas com eles a fazer selos.

- Lembrem-se, concentrem chakra de forma gradual e um a um, da esquerda para a direita.- Comentava o pai, o líder daquele esquadrão.

Dois deles efectuaram os selos antes de Katayo e quando chegou a vez dele, respirou fundo, usou os métodos que aprendeu e concentrou o chakra. Sem dar por isso as tensões tinham deixado de se centrar nele, pois o homem ao seu lado direito já estava também a selar. Tiveram sucesso, mas essa não foi a grande conquista do Aburame. Para ele foi ver o sorriso do pai ao perceber que ele era agora oficialmente um Fuuin-nin.