Onoki já tinha vestido a sua capa de Konoha, branca e polida, assim que o primeiro sinal de perigo alcançou as barreiras da vila. Tinha também o chapéu por perto, para dar um bom ar, mas não o colocara na cabeça. Uma armadura mais endurecida que a dos Chunnins e Jounnins estava por baixo daquela roupa toda e deixava-o com um certo calor, mesmo num dia cinzento como aquele. Desde que um enorme monstro azulado deu um soco na barreira Fuuin e Konoha foi salpicada de estilhaços que o pânico se instalou. Onoki não permitiu que nenhum shinobi entrasse no gabinete desde então. Não necessitava de ouvir mais nada, ele sabia o que se passava. E isso assustava-o.

O conselheiro com cara de rato entrou pela porta com esforço e a bufar de ar, sendo que ele e Uukin eram os únicos permitidos a fazer tal. o Hokage virou a cabeça da janela enorme e colocou as mãos sobre a secretária.

- El´s estã´ por todo l´do! - Gritava ele quando recuperou todo o fôlego necessário. - Monst´os! Aber´ações!

- Eu sei... - Ele sabia. Fiora sempre esteve dentro dos seu campo de visão. Aquilo só podia ser uma das coisas que ele mais temia que tivessem aparecido: os experimentos. Levantou-se e começou a olhar novamente pela janela. As criaturas eram pequenos pontos nas ruas, mas dava para ver os combates, o fumo e algumas quedas de muros nas partes mais exteriores da vila. Eles estavam a avançar de todos os lados de Konoha e certamente terminariam no gabinete. Pouco depois a porta voltou a abrir-se. Uukin trazia um traje de combate, não que esperasse que o homem fosse lutar, Onoki via tal como auto-defesa.

- A situação complicou-se. Eles tomaram os bairros mais exteriores. Hyuugas, Uchihas, Inuzukas. Estão quase a alcançar os Aburame também. A única vertente que não possuem é a dos monumentos, de resto, vem de todas as direcções.

- Sim, eu sei a táctica que eles estão a usar. Vão empurrar-nos e empurrar-nos até que os combates chegem aqui. Entretanto nessa altura, metade de Konoha morreu e fica em ruínas... Onde está a ANBU?

- No port´o principa´. Pe´to das m´ralhas tamb´...

- Não! A minha ANBU. Onde está a minha ANBU?!

- À espera de ordens, senhor, como sempre. - A expressão de Uukin estava seca e sem sentimentos.

- Manda-os para os combates, divide-os como achares melhor. Lidera-os se tiver de ser. Eu quero Fiora fora das minhas muralhas!

- Fiora veio receber o que lhe pertence Onoki-sama. Não podemos fazer nada para além de entregar-lhes Konoha. - Os olhares entre os dois prolongaram-se.

- Lokus, estás dispensado. Trata de reunir os documentos importantes e transporta-os com ajuda para a sede da ANBU Shin Jidai. Dá também à minha ANBU a ordem de ataque que eu anunciei. Vai! - O velho rato nada disse ao sair. Ficaram só eles os dois ali.

- Eu sempre desconfiei...

- Perdão senhor? - O olhar dele dizia tudo.

- Eu cheguei a confiar em ti Uukin... Sempre me deste bons conselhos. - Colocava as mãos nos bolsos. Aquele gesto foi dissimulado, para que Onoki tivesse tempo de colocar chakra no seu fuuin de bolso e chamar pelo menos um reforço de três ANBUs. - Sempre estiveste ao meu lado e alcançamos Konoha juntos, como eu sempre quis... Ser aquele que protegia a vila... - Estava já a divagar, retirou finalmente a mão do bolso. - Um espião da Fiora? - Uukin sorriu brevemente.

- Um homem tem de escolher o lado que ganha, nem que para isso troque de papel e fracção um milhar de vezes.

- E quem te diz a ti que Nakano é do lado vencedor?

- Os meus 20 anos de experiência como estafeta, espião, contrabandista, shinobi, samurai... e agora conselheiro... todos esses anos ensinaram-me a não confiar em ninguém. O senhor Onoki aprendeu isso também?

- Aprendo todos os dias... - Uukin avançou rápido e mortal. Deu para ver que a ponta afiada de um dardo estava já na sua mão. Onoki apenas mexeu os musculos do cérebro como um bom Kurama fazia, ou que ele pelo menos aprendera a fazer com as suas capacidades e a cinco milimetros do dardo lhe furar o peito, Uukin estava imobilizado, controlado. - Esqueceste-te de quem sou? Não podes fazer nada.

- Não me esqueci, estive anos demais consigo para falhar. - Sentiu um fraco bloqueio na mente e pouco depois o corpo de Uukin estava novamente em movimento. Com a mão direita o líder de Konoha pegou no punho mortal do adversário e lançou todo o peso do seu corpo contra o chão. Uukin segurou-se e puxou de uma rasteira, deitando-o ao chão. Mas algo embateu longe no chão. O dardo desaparecera. Onoki apoiou-se na mão antes de cair completamente e com o impulso, prendeu-se com o Kinobori no tecto, de cabeça para o ar. O seu longo cabelo estava também todo em pé.

- Podes ter aprendido a retardar as minhas habilidades, mas não pago para saber por quanto tempo... ou quantas vezes...

E assim, perante o caos de Konoha e todos os combates para vencer, o líder estava a ter também o seu.

Os bafos cansados e as gotas de suor escorriam sem dó de Onoki, mas ele alegrava-se por Uukin também estar no mesmo estado. Tinha subestimado o seu conselheiro e agora estava a pagar por isso. Ele não era um homem fraco, mas sim um espião ao seu nível.

- Onoki... Estamos nisto à pelo menos 15 minutos e ainda não te vi a fazer um movimento mortal contra mim. Estás a guardar alguma coisa para o fim? - Onoki estava realmente a guardar-se, mas era porque esperava ainda que o apoio viesse até si. Não demoraria muito mais. Sorriu-lhe em vez de responder. - Este combate está a ficar sem sentido. Não achas que deveríamos abrir umas paredes?

- Sentes-te um rato numa gaiola, é? Pensava que o Lokus é que era um. - Soltou uma gargalhada cansada. - Eu posso muito bem contigo. Sei que estás a ficar sem chakra Uukin, nota-se na tua cara. Olha que eu ainda tenho muito.

- Não o suficiente... - Fez alguns selos rápidos e Onoki já estava pronto. - Shouton – Hikirikuimiu no Jutsu! - Estacas enormes de cristal rosa britaram no solo do gabinete, quebrando várias partes do tecto e tornando o interior daquela sala quase impossível de atravessa. O Hokage foi obrigado a recuar tanto que quando deu por si estava encostado à janela de vidro, aquela gigante que tinha a visão para Konoha. Uukin aproximava-se e algo crescia na sua mão. - Shouton - Suishou Yari! - A grande lança colada à sua mão só foi parada com os movimentos rápidos de Onoki, mas apenas o suficiente para que não o perfurassem mortalmente. As mãos ficaram ensanguentadas devido ao deslizar do cristal nas palmas das mesma e a barriga abria-se num buraco de menos de dois centímetros na barriga. - Foi por pouco. E ainda te chamas de Hokage... - Onoki abriu os olhos enquanto a lança lhe perfurava cada vez mais e o deixava até a deitar sangue da boca. Uukin acabou por fazer um movimento rápido e a lâmina atravessou metade dos seu corpo, desfazendo-o em dois.

Os pedaços caíram no chão como carne fresca, mas o riso afectou-o ligeiramente o ex-conselheiro. Uma voz desumana e distante, como um eco na cabeça. Não poderia ser, ele estava agora morto.

- É isto que me define como Hokage. Só necessitei do contacto físico para conseguir colocar-te nos meus Genjutsus. - Onoki aparecia atrás dele, olhando para si mesmo morto em dois pedaços à frente. Uukin não se mexeu um segundo. - Preparei uma quantidade de ilusões para ti, quantas achas que foram? - Um medo e um tremor percorreu o corpo do espião de Fiora. Engoliu em seco sem se mexer. - Pobre Uukin, quando saberá ele que aquilo que vive é a realidade... Sabes não foste o primeiro a tentar algo contra mim, durante a minha vida tive muitos traidores como tu, alguns deles escaparam impunes, mas outros não. Ainda hoje vagueiam pelas paredes de uma ruína no meio do nada, outros num deserto sem ninguém. Aqueles que usam Kai costumam morrer na realidade, de tanto chakra gasto.

- Estás a fazer bluf... - Comentou Uukin, não querendo acreditar que tivesse sido apanhado tão facilmente.

- Estarei? - As paredes e os cristais desfizeram-se e estavam agora no vazio, onde tudo era branco, sem chão, sem tecto, sem nada. - Este é o meu mundo. Ou melhor o mundo dos meus traidores. Costumo chamar a este Genjutsu "A Glória dos Traidores". Vai em frente e ganhar a tua glória Uukin, pela tua belíssima traição contra mim.

No mundo real, o ex-conselheiro apenas deu um grito assustado e o seu corpo inanimado acabou por cair.

Onoki levara com o golpe da lança no estômago, mas nada profundo, pois fora a partir dai que lhe lançou o genjutsu. Caiu sobre os joelhos ainda encostado à janela e ao lado do corpo sem movimento. Olhou para as mãos e só viu rasgos de sangue. Ouviu algo no corredor. E pelo meio dos cristais de Uukin e do tecto meio caído, um grupo de 10 ANBU de máscaras de safiras, rubis e diamantes de várias cores chegaram.


A floresta da morte estava ligeiramente deserta e sem sons, para além daqueles que vinha lá do fundo, de Konoha a alguns metros, onde as batalhas produziam burburinho ruidoso de vez em quando. Os três Fiorenses estavam quase a chegar ao destino, finalmente.

- Por onde Yukii? - Perguntou o musculado e preferido do mestre Nakano.

- Ali. - Apontou para a esquerda e os três continuaram por ai mesmo. Os mantos esvoaçavam pelo lado do vento quando finalmente encontraram o solo. A gruta estava mesmo ali, como sempre deveria ter estado, mas eles não sabiam. Por isso a busca de chakra de Yukii era tão essencial.

Adentraram sem nenhuma palavra, até bem fundo na mesma. Existiam duas bifurcações mas a da direita era aquela que levava ao local correcto.

- Isto não é um local lá muito agradável. - Comentou uma figura que nada dissera deste o inicio da invasão. Um rapaz de cerca de 19 anos, cabelo negro até ao pescoço.

- Não necessita ser agradável irmão, apenas bom para o que é necessário ser feito. Ele nem sempre esteve aqui, mudou-se à dias para concretizar este plano. - A rapariga que seguia ao seu lado era idêntica a ele, como que um clone feminino do mesmo. Os cabelos eram maiores e o rosto mais branco, mas quase o mesmo no resto.

- Sim, Tami tem razão, Tiyo. - Os nomes deles eram tão parecidos que Mikoshin ás vezes tinha medo de os juntar o errar. - Ele está aqui só para este propósito.

O fim da caverna, ou pelo menos daquela bifurcação ia dar a uma sala ampla e nada decorada, paredes de terra sobre chão de terra batida. Existam apenas tochas pegadas às paredes para dar alguma luz, mas mesmo assim a mesma era deficiente que o trio teve dificuldade em encontrar no meio da meia-penumbra, a sombra do homem.

- Ohhh... Já é tempo? Pensava que teria de continuar com o meu trabalho de teatro.

- Nakano-sensei mandou-nos vir aqui avisar do inicio do plano que foi acordado. Está na hora. - Dizia em primeiro lugar Yukii. - Nakano-sensei quer todos a agir.

- Todos? Nakano não estará a ficar senil? Isso é muita fruta para este pobre velho. - A figura do homem misterioso revelava-se à frente de uma das tochas. Barba comprida até à barriga e uma postura muito shinobi. Não tinha mais de 60 anos.

- Se Nakano-sensei confiam em si, é porque não é tão velho assim. - Comentou Tiyo, cruzando os braços.

- Ora ai está um rapaz astuto. Tens razão. Eu sou tantos que por vezes a minha idade se perde por dentro deles. Devo ter 60 anos... se bem me lembro... mas também tenho 20, 40, 32, 19, 17, 46... enfim. - Olhou para o grupo dos três de Fiora. - Peço que um de vós aqui fique comigo, posso necessitar de algum chakra pelo caminho, pelo menos até o Nakano tentar em mim aquele experimento que tanto anseio. - Uma cadeira apareceu do nada e ele sentou-se nela. Colocou as mãos num selo de mão e ali ficou. - Então... os 100 e tal correcto? Já nem me lembro da conta.

- Sim... - Disse Mikoshin já um pouco irritado com tanto tempo que estava a demorar. - Todos.

- Todos... - Sorriu brevemente. Os seus olhos arroxeados e em espirais à muito que não brilhavam daquela maneira.


- Demoraram um pouco, agora já não são necessários. - Comentava Onoki, ao levantar-se finalmente ainda cansado. - Os ANBUs já estão espalhados por Konoha a derrotar Fiora? - Nenhum respondeu. O kage torceu o nariz devido ás dores. - Tirem este traste daqui. Coloquem-no numa masmorra, num local longe daqui tanto faz, mas eu não o quero ver mais.

O ANBU avançou sobre ele e Onoki apenas teve tempo de retirar uma kunai para ripostar conta a máscara dele. Abriu-se uma cratera onde antes estavam os cristais. A sua destreza permitiu-lhe ver que lá atrás um outro preparava um jutsu.

A janela partiu-se em bocados quando Onoki saiu disparado dela e se agarrou à parte superior da mesma, ganhando balanço para avançar para cima com a ajuda do Kinobori. Uma baforada de Katon saiu por onde antes estava o vidro. No tecto do gabinete, o kage reparou que parte do jutsu usado ainda o afectara, queimando-lhe a pele perto das coxas. As dez sombras apareceram à sua frente, os dez ANBUS que faziam parte da sua grande colecção de guarda personalizada.

- Ah, isso também não. Este exército está metido com Fiora!? - Foi quando finalmente percebeu que a exaustão lhe fazia escorrer fios de sangue do canto da boca. Alguém mais apareceu lá de baixo. Mesmo sujo, Uukin estava ali novamente à sua frente. - Mas que?!

- À coisas que ainda te surpreendem. - Uukin sorria, ao retirar um Fuuin esquisito da cabeça e atira-lo ao chão. - Mesmo a tempo Kirin.

- Kirin?! - Onoki estava surpreendido. Agora tudo encaixava. Mas foi só quando ANBU que ele acertou com a kunai retirou a máscara partida que ele encaixou a ultima peça. O olhar arroxeado e os círculos hipnotizastes. - Seu traidor! Estou rodeado de traidores!

- Eu nunca fui um traidor. O traidor aqui és tu. Achaste que estavas acima das tuas responsabilidades ao ter a liderança de Konoha? - Todos falavam em uníssono, o que dava àquela cena uma característica fantasmagórica. - Sem se aperceber estava paralisado e cinco dos ANBUS agarravam-no sem que ele se pudesse mexer. Tinham descoberto como o parar. - Olha bem para a tua vila? Achas que encontravas segurança só por estares atrás destas muralhas? Vê! Vê!

Fumo, fogo, explosões e gritos. Konoha estava no caos e por muito que a zona central não se mostrasse muito afectada, o resto estava. Não era aquilo que Onoki quisera, mas agora sentia-se impotente. Tinha sido traido por todos os lados e não possuía mais forças que as desorganizadas filas de ninjas de Konohas por todas aquelas ruas. Ninguém viria ao seu auxilio...

- Acho que ele necessita de uma punição... Kirin, podes coloca-lo de joelhos. - E assim foi feito sem que Onoki pudesse se opor. Uukin estava a criar um longo cristal afiado na mão.

- À muito que a tua traição tem afectado Fiora. Sabias que já és famoso nas fileiras de Fiora? Durante a nossa preparação para esta vinda que cantamos o que presenciamos aqui hoje. Gostarias de ouvir? - Onoki cuspiu e mais nada disse. - Eu chamo-lhe "As Chuvas de Konoha".

Por toda a Konoha os ninjas poderiam encontrar os ANBUs pelas ruas, mas estes agora virariam-se contra eles e atacariam sem dó, ao mesmo tempo que antes do próprio ataque, um genjutsu era colocado sobre toda a vila. Fossem especialistas nessa arte ou não, tentassem libertar-se ou não, todos ouviriam a música que era tocada de todo o lado e em lado nenhum, provocando os mais profundos sentimentos de derrota. Não iriam parar de lutar, mas sim sentir-se mal com tudo aquilo.

Citação :

E quem é você?, o senhor orgulhoso disse,
Que eu devo me curvar tanto?
Apenas um gato de um casaco diferente,
Essa é toda a verdade que eu sei.

Em um casaco de ouro ou um casaco de vermelho,
Um leão ainda tem garras,
E as minhas são longas e afiadas, meu senhor,
Tão longas e afiadas quanto as suas.

E então ele falou, e então ele falou,
Esse Senhor de Konoha,
Mas agora as chuvas choram em seu salão,
Sem ninguém lá para ouvir.

Sim, agora as chuvas choram em seu salão,
E nenhuma alma à ouvir.

Música adaptada de http://letras.mus.br/the-national/the-rains-of-castamere/traducao.html (O ritmo é o mesmo para os curiosos de interpretação.)

Enquanto a música sobre a traição de Onoki para Fiora tocava incessantemente na sua cabeça, Uukin aproximou-se.

- Quiseste dar-me a minha glória enquanto traidor. Aqui tens a tua. - A lâmina caiu e assim também o completo braço esquerdo de Onoki.

Final de Saga (1) - As Chuvas de Konoha

As batalhas sangrentas não tinham ainda encontrado o seu fim das ruas de Konoha, cheias de fumo e algumas até de escombros. Por cada criatura cobaia de Fiora ou corpo ANBU de Kirin que caia inanimado, dez shinobis também encontravam o seu fim, ou algo perto disso.

As forças do senhor feudal também foram especialmente importantes para que os combates fossem renhidos, mas o inimigo tinha conseguido puxar as suas forças até quase ao centro da vila.


Nakano estava num combate difícil e importante contra dois shinobis com alguma força, mas não sucumbiria assim tão facilmente. Os ataques de Susuki eram rápidos e subtis, alguns dos quais ele conseguiu prever com o seu sharingan e desviar ao mais mínimo segundo, mesmo que por alguns momentos as explosões apanharam parte do seu casaco, deixando parte da pele queimada à mostra, mas nada que o impedisse de dar tudo por tudo. Não estava nem no mínimo cansado.

Mas os ataques combinados dela e do Aburame contra o corpo de Kirin foi mais do que aquilo que ele era capaz de suportar. Afinal tinha outros tantos corpos espalhados por ai a gastar chakra e por isso assim que as lâminas lhe passaram pelos membros e os taijutsus poderosos lhe quebraram os ossos a máscara partiu em mil pedaços e ele caiu inanimado no chão. Quem o visse com olhos de ver, repararia nos brilhantes olhos roxos em espiral a perder lentamente a sua cor.

- Muito bem, excelente trabalho... Fiora necessitaria de alguns talentos como vocês. São mais proveitosos que muitos que já me passaram pelas mãos. - Dizia, enquanto batia palmas e sorria, depois ficou apático. - Mas aos poucos ficarão cansados e de nada este combate valerá para a vossa vila. Não gostava de ter de subir a parada, mas acho que merecem que eu vá dar o meu melhor estou a dizer bem? - Uma aura negra começava a pairar sobre ele e tomar a forma de uma gigantesca sombra. O Magenkyou Sharingan Vazio de Nakano estava a rodopiar. - Susan... - Algo lhe interrompia o raciocínio e ele colocou a mão sobre a cabeça. A sombra desapareceu.


"Retirar... Nakano-sensei diz: RETIRAR!" - O grito de Yuuki percorreu cada corpo dos discípulos de Fiora. Pelo menos aqueles que a rapariga conseguia contar como vivos. Kara, Tiyo... Mikoshin? Ela não conseguia concentrar-se o suficiente para desvendar tudo aquilo. Apenas ouvira o que Nakano lhe dissera pelo Elo mental e distribuía pelos restantes. Também mandou as ordens para os generais que possuíam os exércitos das criaturas e até um dos corpos de Kirin já que o seu verdadeiro corpo estava ali ao lado dela na gruta, mas estava tão concentrado em combate que estava quase inanimado. Pouco depois voltou a si a soluçar dos combates.

- Está bem Kirin-taichou?

- Estou... ótimo. Morri uma dúzia de vezes, ou duas, ou três, ou mais. Mesmo assim estou vivo. Já fiz a Kuchiyose inversa e os corpos desapareceram todos de Konoha... - Riu e depois tossiu. - Sacana... - Voltou a esboçar um sorriso.

- Porque a ordem de retirada?

- Ele não é tão burro assim. - Nesse momento caiu da cadeira e ficou apático. Tinha uma dor de cabeça enorme.

***

Uukin esforçou-se para não se rir.

- Bluffs e mais bluffs tal como o teu querido mestre... Tenho olhos mais que experimentados para saber que estou perante um Jinchuuriki em seu perfeito controlo. Mas nada disso poderá permitir que Fiora sucumba. - Fez-lhe um movimento para o intimidar. Venha então amigo.

"Agora..."

Do outro lado, Lokus já estava mais que pronto, mas também bastante nervoso. Ao ouvir novamente a voz do mestre quase que deixou cair o longo pergaminho que tinha em mãos, mas também não faria mal se isso acontecesse, pois de qualquer maneira o pergaminho foi desenrolado no chão e percorreu a pedra por pelo menos 5 metros no chão de pedra do interior dos monumentos do Hokage. Inscrito lá dentro, estavam apenas alguns rabiscos, sangue e o símbolo de Konoha. Concentrou todo o chakra que conseguiu e colocou logo as mãos no centro daquilo tudo.

- Sekai no kagami, yume no kagami. Watashi no inori o kiite, watashi no jittai ni narimasu... - Aquela era a única prece onde Lokus nunca se enganava a dizer uma única letra. E a meio do caminho, Onoki juntou-se à sua voz, sendo ele a acabar.

- Hijutsu | Chairudo· Purei! - A voz do líder de Konoha era agora bem audível, quando ele quebrou a barreira feita pelo aliado e se colocou nos cimo dos restos dela, em pé e erguido novamente. A mão estava a faltar-lhe ainda, mas fora o preso que pagou por se ter colocado naquela situação.

- O que vem a ser isto? - Uukin demonstrou-se ligeiramente surpreendido.

- Nada demais. Já ouviste o ditado "amigos por perto, inimigos ainda mais?" Pois, eu sabia que algo do género iria acontecer. Tu nunca foste o conselheiro em quem eu mais confiei. Lokus foi sempre mais puro e ingénuo. Talvez isso me tenha dado sorte desta vez. Perdi a minha mão, mas deu tempo para que ele chegasse ao local certo para me ajudar a concretizar este jutsu. - Olhou de relance para Uziel e acenou-lhe como que um agradecimento. - Konoha ainda não foi derrotada meu amigo. - A única mão que sobrou, fez um único selo e o cenário mudou. Tudo completamente branco, ninguém por perto, mas ao mesmo tempo, todos juntos. Konoha e Fiora estavam ali naquele espaço juntos a ouvir tudo e a ver tudo ao mesmo tempo, desafiando a própria física. - Chairudo Purei, algo que eu deixei reservado para o caso de um ataque à minha vila. Vou explicar um pouco melhor. Com este jutsu, aperfeiçoado por ser da família de onde venho, permite que eu crie dentro de Konoha uma dimensão só minha, sobre a minha protecção. - Agora tinha puxado Nakano para perto de si, pois sabia que ele estava por ali em algum lugar. - Qualquer ataque a Konoha, nem que seja uma parede, vinda de um estranho permite-me prender para sempre a sua alma num pergaminho que nos liga a esta dimensão. Nada podes fazer agora, isto acabou! - Gritou Onoki para o líder de Fiora, mas ele não se mexeu nem um pouco por um momento.

- O teu grande problema é não saberes a dimensão dos teus erros. - Nakano estava a sorrir. - Já todos devem ter percebido que és o responsável pelo coma de Hideki tanto como nós, que foi o meu filho que o matou naquele hospital e que Konoha está de qualquer maneira condenada.

- Arrependo-me de muitas coisas do meu passado. Desde que me tornei Hokage que algumas perspectivas mudaram para mim. A segurança da vila é tudo o que me interessa agora. - Com mais um selo de mão, o mundo voltava a ser a cores, mas o Hijutsu de Onoki ainda lá estava, até ao limite externo da vila.

- Como eu disse, mesmo que a vila te aceite, ela será destruída...

- Como tens tanta a certeza disso?

- Porque o vimos no futuro. - Kirin aproximou-se, mas não era mesmo ele, era um dos corpos ANBU que em tempos pensou ter em posse. - As "Chuvas de Konoha", este belo genjutsu sobre o qual vos coloquei, não é apenas uma música da nossa glória como eu deixei claro da ultima vez... É o futuro escrito do grande vidente shinobi. Ele preveu muitas coisas para nós nestes últimos tempos. Previu a queda de Hideki, previu a queda do teu braço. Mas também viu coisas que estão por acontecer: Daqui a dias Konoha estará mergulhada uma crise política e claro, o futuro escreveu sobre a forma de canção o destino de ti e da tua vila. Infelizmente tu viverás, mas terás as paredes de Konoha vazias... Mas agora a chuva chora no seu salão,
E ninguém está lá para a ver.

Sim, agora a chuva chora no seu salão,
E nem uma alma para a ouvir. Entendes?

- Isso não acontecerá. - Onoki já não sabia se iria acreditar ou não... qual vidente? qual futuro?

- Acontecerá, dentro de um mês. Dentro de um mês nós voltaremos, com mais força e mais poder. E nesse momento, Fiora terá a sua vingança e reinará no mundo shinobi como a raça ninja mais poderosa. Aproveitem os vossos últimos dias Konoenses. - Nakano estava a aproveitar o elo. - O destino está marcado. Um mês e tudo aqui cai. - E com a ajuda de Yuuki e Kirin na gruta da floresta da morte, todos foram invocados dali. Todos menos Uukin.

A distorção das dimensões deram a Onoki o tempo de lhe espetar com uma katana bem fundo no corpo. E cuspiu sangue ao perceber e levou as mãos à boca e elas vieram vermelhas. Virou a cabeça e encarou o Hokage.

- Eu prometi-te um fim.

Quando o corpo inanimado do Shotonin caiu, Onoki deixou-se ficar de joelhos, recuperando de todo o chakra gasto e esforço feito. Mas acima de tudo tinha medo que tudo o que Nakano dissera se viesse a concretizar....

...Konoha têm um mês...

Minha preocupação com Susuki era em vão, não sei nada sobre ela além do nome, mas aparentemente está muito bem, afinal não teria como saber, conversei com a garota somente uma vez enquanto passeava pelo parque e não teria como fazer conclusões. Estanquei momentaneamente a hemorragia do grave ferimento de Onoki, o que poderia acarretar-lhe sérios problemas. Kerberos ainda planava sobre mim.

-Antes mesmo de nosso Kage dizer algo, não tenho boas noticias... - Fiquei de pé e olhei para a garota. - Ele está com um grave ferimento e não sei por quanto tempo conseguira manter a consciência, perdeu muito sangue e ainda sim tem o fator do cansaço físico ao seu lado. Não quero ser um intrometido e muito menos criar discórdia, mas não acha melhor que o Hokage seja atendido e que esse tal de Tatsuo fique preso até que seja decidido seu destino? - Desta vez olhei para Onoki e aguardava sua reposta. Não estava querendo tomar decisão nenhuma por ele, mas seu estado não é dos melhores.

-Melhor deixar que Onoki decida agora... - Kerberos planou em minha frente. - Este rapaz matou Hideki, certo que estava fraco e incapacitado, mas ainda sim é habilidoso por ter passado entre a ANBU e causar todo este caos. Fugiu uma vez e nada o impede de realizar o mesmo feito... - Comecei a imaginar onde aquilo iria parar. - Quanto antes decidir o futuro de Tatsuo, melhor será.

Eram opiniões opostas, mas nenhuma estava errada ou certa. Tudo depende das ideias de Onoki sobre o possível Uchiha, diplomacia não é meu forte e nunca será, isto é habilidade de um líder, coisa que não gostaria de me tornar.

O corpo de Uukin já estava caido no chão, inanimado, quando Onoki se tentou levantar mais uma vez. Venceu as dores e as pernas finalmente aguentaram o corpo. A capa de Hokage nunca esteve tão mal nele, suja de sangue e com uma manga a faltar, onde Uziel tinha feito os possíveis para curar. Sentia-se bastante zonzo, mas sabia que o que estava a ouvir era verdade, Konoha naquele momento não se estava a preocupar com a conversa de Nakano e de Fiora sobre ele ter sido o responsável pela subida de poder à vila, mas sim sobre quem assassinou Hideki no hospital. Susuki confirmava ser Tatsuo devido a uma investigação. O Hokage olhou-a de alto a baixo e fez-lhe um sorriso quase sem força.

- Aburame Katayo, Hyuuga Yukito e... Aimi. Eu sabia que se passava algo... mas não vos posso culpar agora por nada. - Quase ia procurando o braço para encostar a palma da mão que ainda tinha e tentar espremer a dor, mas lembrou-se a tempo que só iria encontrar um espaço vazio. Uziel tentava explicar a sua situação clínica, mas Onoki colocou-lhe uma mão sobre o braço. - Obrigado pela preocupação, mas eu terei de aguentar mais um pouco... - Quase toda Konoha estaria a ouvir ainda, devido ao jutsu e por isso não poderia deslizar agora. Estariam as pessoas a aceitá-lo? Mesmo depois de ter morto aquele ANBU que investigava o porque do coma de Hideki... ter quase eliminado três shinobis por estarem a fazer investigações... se ter metido em negócios com Fiora, para que fosse finalmente o Kage que sempre quis? Mas isso agora dava-lhe um sentimento diferente, como de falha, ou estupidez. Como pode ele ser tão estúpido, egoísta e altruísta... - Não posso deixar isto passar em vão... - Não podia mesmo. Mais um passo em falso e perderia toda Konoha novamente. Se é que estava do seu lado já. - Eu cometi erros no passado, mas não fui eu que matei o meu irmão. Ele estava naquele hospital, indefeso, quando Uchiha Tatsuo lá entrou e lhe tirou a vida. - Por mais que estivesse envolvido naquela situação, não o poderia deixar transparecer. - Considero neste preciso momento, sobre os olhos de todos vós, Tatsuo, Nukkenin de Konoha e Ninja Rank A no nosso Bingo Book!

As cartas estavam agora na mesa. Depois de Susuki e Katayo conseguirem aguentar o tempo suficiente aquele que era conhecido como Nakano, o próprio Onoki conseguiu dar a volta à situação e Konoha estava de volta segura, pelo menos por hora.

Deu por si a acompanhar a kunoichi com que combateu naquela guerra e a ouvr tudo o que era dito naquele local, fosse por ela, pelo Kage, ou pelos restantes que ele pouco conhecia. Uchiha Tatsuo tinha virado o alvo e parece que planos estavam a ser estruturados contra ele.

- Se Tatsuo fez o que fez como as investigações indicam, eu quero estar lá no momento de o confrontar. - Falava directamente a Susuki, depois de ela tentar convencer um Yamanaka a tentar localiza-lo. - Em tempos foi meu melhor amigo, quero ao menos ficar... esclarecido com ele. - Não lhe tinha ódio, mas também não lhe tinha alegria. Tudo o que tentara arranjar com o Uchiha foi sempre estragado, apenas da parte dele mesmo. Esperava que eles entendessem a raiva que ele tinha por o seu amigo ter feito o que fez. - Eu vi Tatsuo no portão à horas atrás, trazendo consigo as tropas do Senhor Feudal do País do Fogo em seu comando. Ainda não compreendi o seu lado.

-Sim, vocês possuem a razão. Principalmente a pequena Susuki... - Sorri e utilizei da pequena amostra de chakra para sentir com minhas habilidades onde realmente estava Tatsuo. - Não parece ser um oponente poderoso, qualquer um de nós poderia enfrentá-lo sem problemas, mas como não conheço seu estilo e nem mesmo seus jutsus, prefiro atacar com uma boa estratégia! - Encarei Susuki e seu Amigo. - Primeiro quero saber como se chama jovem shinobi, apesar de suspeitar que seja Aburame Katayo... - Mal esperei que respondesse e continuei, afinal seu nome já corria por toda Konoha e não era uma novidade para mim. - Pois teremos de trabalhar em equipe, ele não está muito longe daqui... - Não iria dizer a exata localização do Uchiha, pois queria provar se eles realmente são tão poderosos quanto o nome. - Kerberos! Mantenha-se voando há uma distância de 100 metros do solo, não o quero em perigo!

-Acho que eu deveria dizer isto, Uziel! - Kerberos parecia preocupado, mas o poder de Tatsuo é muito grande para que ele encare sozinho aquele desafio.

-Sabe que este desafio não é para você. Quero sentir o poder deste Tatsuo, pessoalmente... - Não tinha qualquer motivo de o encontrar e matar, com exceção de ser um Nukenin de rank A. - Neste combate não irei segurar meus poderes! - Olhei uma ultima vez para os dois. - Vamos!

Comecei a correr e na primeira oportunidade, saltei para o alto de um prédio evitando assim o caos das ruas. Minha preocupação com Onoki já havia acabado, pois agora ele estava sobre os cuidados de Lokus. Uma grande batalha estava para acontecer. "Parece que os shinobis mais fortes da folha irão se enfrentar... Estou ansioso!"

-Antes que esqueça... - Sorri - Serei o ataque surpresa! Posso ocultar minha presença até mesmo para os temíveis doujutsus!

Em sua forma de guardião, Kerberos adquire força e grande poder de ataque em combate corpo a corpo. O aliado perfeito para combate. Nesta forma adquire garras que utiliza como arma para o combate. Com seu tamanho, consegue transportar até 3 pessoas, mesmo voando.

- Sim esse é meu nome... Parece ter corrido depressa por ai. Seu pressumo ser Uziel estou certo? - Comentou o jovem, quando os três já se colocavam a caminho da procura por Tatsuo. - Por estranho que pareça, pouco sei sobre as habilidades dele, já que à cerca de pouco mais de meio ano que não o vejo. Conheço o seu Raiton e um pouco de Katon. - Era triste que nem soubesse dizer muito bem o que Tatsuo era capaz, depois de terem sido tão grandes amigos. Susuki falava sobre a chuva usada no Jounnin Shiken e o Aburame confirmou com a cabeça. - Eu melhorei consideravelmente a minha parte física e tenho algumas armas para me ajudarem caso isso aconteça. - Comentou, apontando para os mecanismos presos nos punhos.

Entretanto três marionetas apareciam à frente do trio, como um apoio de Susuki. O que mais pareciam eram três ANBUs de máscaras diferentes, mantos longos e aspecto humano. Poderia ser coincidência, mas Katayo lembrou-se que mesmo à momentos atrás existiam ANBUs falsos a atacar Konoha com Nakano e Fiora. Aquela semelhança produzia-lhe algum desconforto, mas nada que o impedisse de continuar. Foi uma boa escolha estes corpos de marionetas, por permitiam ataques à distância.

- Agradeço a preocupação, Susuki-san. - Alguns kikais começaram a sair pelas mangas. - Se não se importar vou colocar cheia dos meus insectos e assim se algo acontecer a ela, posso enviar ataques directos dela. Assim teremos dois Aburames em campo. - Suspirou, assim que a marioneta ficou completa de kikais e se fechou. - Sim, eu procuro respostas... Seja o que for que lhe aconteça, eu estarei presente e se ele for culpado mesmo, sinto o dever de ser eu a terminar com ele. Não que eu duvide de vossas capacidades, é só porque... sinto que tenho de ao menos tentar. - Não sabia se eles iriam aceitar, mas era isso que sentia. Responsável por não conseguir alcançar Tatsuo e se tornarem juntos algo bom para Konoha, logo também seria ele a terminar com o exilamento.

Em sua forma de guardião, Kerberos adquire força e grande poder de ataque em combate corpo a corpo. O aliado perfeito para combate. Nesta forma adquire garras que utiliza como arma para o combate. Com seu tamanho, consegue transportar até 3 pessoas, mesmo voando.