O caminho até ao local propriamente dito levou a Katayo umas boas 2 horas desde que deixara tanto Hakufu como Aimi naquela pequena vila. Não tinham resolvido nada demais, mas aquela saída de Konoha deixou o Aburame bastante mais descontraído e abstraído da pressão que agora se sentia por toda a vila. Mas existia ainda algo que continuava a custar sair-lhe da cabeça: Tatsuo e a sua saída de Konoha e tal como o falecido Yukito conseguira apurar, culpado pela morte de Sarutobi Hideki.

>>Porquê? O que teria ele para matar o Hokage?! Terá sido controlado como o Hyuuga... Ou simplesmente... apeteceu?<< - O vale por onde passava era pequeno e logo a seguir conseguiu deslumbrar uma pequena casa mais à frente, cheia de eras e plantas rasteiras. - >>Necessito de o encontrar e ter as minhas explicações. Mas primeiro necessito de saber que Konoha ficará segura. As minhas razões estão depois da protecção de Konoha.<<

Não foi directo para aquela casa, mas arranjou um caminho de terra batida que faria o caminho em semicírculo perto do edifício, longe o suficiente para que as árvores que a rodeavam tapassem por completo da presença de Katayo.

Abaixou-se e abriu novamente o pergaminho da missão, o mapa e tudo o que disponibilizava para cumprir o seu dever. Invadir a casa e conseguir a cópia de um pergaminho sobre confecção de aço. Talvez até fosse útil para ele mesmo. O jovem sabia que aquela era uma missão de Onoki logo, não se importaria nada de obter também aquelas informações para si caso necessitasse.

O pergaminho com um grande "B" como selo, indicava aquela como a antiga mansão de Kymoshi Lys, O Grande Contrabandista, que viveu por ali uns bons quatro anos antes de uma rebelião da parte do seu grande império de contrabando levou-o a mover-se para norte, onde acabou morto pelas mãos dos seus antigos clientes. Desde então a mansão que até tinha ar de estar meio em ruínas, devido à parede sul estar um pouco caída, mas continua na posse de um dos rebeldes da antiga ordem de Kymoshi, de nome Yon. Mas ele não deveria constituir problema para o Aburame, já que a missão deixava claro que ninguém se poderia aperceber da presença dele por ali, nem da própria cópia em si.

Levantando as mãos, os Kikais começaram a sair em quantidades mínimas para não levantar mais suspeitas que alguns insectos irritantes e começaram logo a formar um perímetro de investigação do qual Katayo muitas vezes fazia uso como cautela. E assim que percebeu que existia uma porta das traseiras sem ninguém à vista, colocou-se logo a caminho agachado para lá, sempre de olhos postos na entrada principal, onde tinha sido informado estar presente uma espécie de guarda.

Uma porta normal e apenas com um trinco estava na sua frente assim que chegou às traseiras. Foi num instante que Katayo retirou um pequeno rolo de Fuuin e o utilizou para colocar em cima da fechadura. Com apenas uma mínima quantidade de chakra, ouviu-se um estalido pequeno e assim que puxou a maçaneta, ela abriu-se.

Era uma bela casa do estilo japonês até no primeiro olhar, mas parecia completamente desabitado. Quem vivia agora por ali não deveria ser shinobi, ou então não estava em casa, pois nenhum Kikai conseguiu descobrir uma presença ameaçadora. No interior existiam apenas mais duas pessoas numa sala ali perto. O Aburame arriscou a colocar-se perto da porta dessa mesma sala apenas para perceber melhor com o que poderia estar a lidar. O seu caminhar estava aperfeiçoado com os treinos de Santaku, por isso Katayo conseguia sem grandes problemas andar sem produzir qualquer barulho, como um verdadeiro felino.

- O nosso senhor já voltou? - Ouviu uma voz masculina e pouco perceptível, por estar a falar bastante baixo, enquanto o jovem se escondia a um canto perto da porta para ter uma melhor audição.

- Ainda não. Ele foi tratar de alguns assuntos ao País do Urso mas penso que tem planeado voltar dentro de três dias. - Comentava uma voz feminina e de mulher feita.

- Pensava que o nosso aço era o suficiente para sustentar o negócio. Ninguém o consegue fazer desta maneira.

- Temos fornecido demasiado aço para contrabandistas e agora não é assim tão famoso. Estamos metidos em demasiados negócios "negros" e agora não à volta a dar. Estamos metidos com criminosos e somos criminosos...

- Não é algo com que me importe muito. Até gosto desta vida. Ajuda a ter um melhor sustento. - E depois as vozes dissiparam-se, pois Katayo cruzou outra sala, à procura daquela que poderia dar à biblioteca secreta na mansão, segundo a descrição da missão.

E finalmente, perante uma grande portada e dentro de um escritório bastante antigo, Katayo conseguiu com a ajuda dos insectos, descobrir uma passagem atrás de uma estante. Esta estava selada com um Fuuin, mas depois de algum estudo no local, Katayo conseguiu desenvolver com um pergaminho seu uma contra-chave para a abrir.

Assim que a estante foi para o lado, o caminho abriu-se para uma escadaria de pedra sempre a descer e a única luz existente era a que estava nas paredes de metros a metros, com tochas encantadas com Kanjis "eterno" para que ardessem sem parar. O Aburame achou estranho ser tão fácil a infiltração no local, para algo de rank tão elevado, mas o "B" do pergaminho de certo que seria uma analogia mais à forma como se tinha de entrar, furtiva e sem levantar suspeitas, do que a segurança num local remoto como aquele.

No fim existia uma sala quadrada de 50 por 50 e espalhados em três estantes, conjuntos de pergaminhos enumerados por letras, temas e assuntos. Olhando de relance para alguns conseguiu contemplar coisas como histórias da guerra entre impérios de contrabando, histórias de famílias, contos do antigo mundo shinobi e até uma enciclopédia dos climas do mundo.

>>Muitas coisas interessantes, poderia passar aqui um bom tempo, mas o que me interessa é isto.<< - Chegou à secção da letra A e depois de passar os olhos mais um pouco, conseguiu finalmente encontrara aquilo que procurava. Retirou-o, com o cuidado para perceber se armadilhas poderiam estar envolvidas e logo após isso desenrolou-o lendo as primeiras letras. - Aço Valiwari... modos de confecção... é este. - Comentou em voz baixa, quando o colocava no chão e se baixava, para retirar da mala um outro pergaminho e uma caneta com um boião de tinta. Claro que não o ia copiar à mão, para isso teria de fazer apenas algumas inscrições e kanjis e com o uso correcto de chakra a informação seria copiada.

Desenhou dois círculos cruzados e dentro do espaço criado entre eles a inscrição "copia". Não seria fácil conseguir aquele feito, para mais se perdesse a concentração e alguém desse pela sua presença por ali. Logo os Kikais tiveram a função de criar uma barreira perto da entrada da estante, de maneira a atrapalhar qualquer entrada. Mas a estante estava novamente no local, logo se ninguém tivesse que ir ali dentro, não existiria problema de ser apanhado.

Fez alguns selos e logo após isso colocou uma mão sobre o pergaminho velho do aço, transferindo algum chakra para ele, até que o mesmo ganhou uma aura azulada. Logo após isso transferiu a mão para o novo pergaminho em branco e também lhe transferiu algum chakra. Assim que se sentiu confortável com a quantidade gasta, retirou a mão dele e voltou a colocar, mas desta vez cada uma num. E quando as levantou, uma aura de chakra parecia colada à palma de ambas as mãos. Foi só necessário após isso juntar ambas as palmas e o conteúdo começou a aparecer no novo pergaminho. 15 minutos depois Katayo estava estafado, mas a informação já estava toda copiada para Konoha.

>>Agora é só sair tão bem como entrei...<<

Mas dessa vez foi um pouco mais complicado. Sair por detrás da estante foi o primeiro perigo caso alguém estivesse do outro lado, mas por sorte, ninguém estivera naquele escritório assim que a estante saiu para o lado. Percorrer o corredor para a saída também foi perigoso, pois a sala onde antes duas pessoas falavam estava agora fazia e de porta aberta. Katayo teve de se esconder numa sombra ali perto quando dois guardas passaram por ali. Não sabia se alguma das vozes anteriores eram aqueles, pois só os ouvira, mas isso não importava. Só tinha de continuar atento. Mas tinha uma forma de se distanciar rapidamente.

- Henkō Shikō! - Fez alguns selos e logo após isso o espaço entre a porta e ele estava apenas a centímetros. Assim que a cruzou, voltou a diminuir o espaço das coisas e sem que ninguém desse por isso, o Aburame estava a mais de 70 metros da casa. Estava cansado e a noite estava prestes a cair, mas ele tinha de continuar. Aimi e Hakufu estavam no fim das suas missões se não mesmo com elas acabadas e Katayo não queria ficar fora de Konoha mais tempo que o necessário agora para fazer as missões. Tinham a comunicação do Fuuin, logo poderiam até discutir coisas na vila. - >>Uma missão e estou de volta...<<