O sol já brilhava forte naquela altura da manhã, devia estar perto das dez horas e ainda não havia conseguido dormir. Sentia-me como se estivesse sendo vigiado, como se a cada respiro uma plateia estivesse ali para assistir e aquilo me incomodava. Ser acusado e até perseguido por tentar ajudar a vila não era uma situação agradável, mas não desistiria da verdade. Mesmo Hakufu me implorando, pedi para que ficasse fora do rastreamento, visto que possuo a melhor habilidade para cumprir com aquela parte do plano. Expliquei toda a situação no horário em que geralmente me encontro com ela para aprender algo novo, então às suspeitas seriam eliminadas.

Antes de sair do quarto, decidi escrever uma carta. Nela expliquei que já estava muito velho para viver com meus Pais e por aquele motivo decidi alugar um quarto em uma Pensão de Konoha, mas a verdade era oculta, somente minha Mãe sabia o que havia ocorrido e que estava sendo investigado e me manter em casa só colocaria a todos em perigo. Por sorte naquele momento, a casa estava vazia, afinal todos estavam em missões diferentes.

Minhas ervas estavam secas e não teriam a mesma propriedade curativa das frescas e por isto decidi renovar meu estoque. Elas acabaram estragando antes do tempo, pois o pacote usado para mantê-las em boas condições, eu acabei o violando e modificando para conseguir guardar o resto do papel bomba não queimado. Caminhei normalmente entre a vila com o fuuin em mãos, ele reagiria às propriedades da digital e eu perceberia. Fiz minhas compras no centro comercial de Konoha e não havia conseguido resultado, fui direto ao parque onde tomei um belo suco natural de laranja e voltei para a pensão do mesmo jeito que havia saído, sem pistas do culpado.

Já não sabia mais onde procurar, talvez tivesse deixado algum ponto fora, mas não conseguia imaginar onde encontraria o culpado. Talvez procurasse algo pelos bairros de famílias e clãs, mas estes são bem guardados e minhas chances de entrar em qualquer um destes eram reduzidas ao mínimo, já que possivelmente os lideres de clãs sabiam sobre a investigação sobre Katayo e Eu. Minhas chances não estavam boas e ao contrario do que imaginei, seria um trabalho bem mais complicado.

Passei pelo complexo Hyuuga para eliminar minhas dúvidas e ao passar toda a tarde visitando algumas pessoas que não via a algum tempo assim como minha família acabei misturando dois sentimentos diferentes. Alívio e dúvida, afinal o culpado não era um Hyuuga e ainda não havia pistas sobre o culpado.

-Droga! Qual passo devo dar?

Analisei todas as minhas informações enquanto tomava um pouco do chá que havia feito, o forte sabor de camomila me deixa calmo o suficiente para formular um plano de ação. Acabei lembrando de algo que me deixou formular o melhor plano para a situação, primeiro criei uma lista com o nome de todos os que conheço e depois levei a lista para Hakufu, já que o culpado era alguém em comum para nós dois a melhor coisa a se fazer seria aquela lista e muitos nomes me foram revelados.

-Nara! - Minha primeira parada.

Como passar por um local onde se deve duvidar da própria sombra, uma tarefa complicada para alguém que está fugindo das autoridades, mesmo com a ajuda do Byakugan eu teria imensas dificuldades de passar desapercebido. Antes de entrar dentro do complexo Nara, tracei um plano base, não era muito bom, afinal meu forte não é a invasão, mas sim estratégias em combate. Simplesmente caminharia entre as ruas com o fuuin escondido em meu bolso, caso passasse perto da digital ela iria se tornar fluorescente e chamaria minha atenção, mas obviamente deveria ter cuidado para não atrair pessoas indesejáveis.

Os Nara não são do tipo que se preocupam e logo avançam para investigar, na verdade são preguiçosos e talvez por aquele motivo minha pequena missão dentro daquele complexo se tornou algo muito simples, apenas caminhei como se tivesse procurando alguma casa em particular e até resmunguei várias vezes por não conseguir encontrá-la até o momento que "desisti" da busca pela tal casa que na verdade foi o pretexto perfeito para cobrir praticamente metade do complexo. Naquele instante não poderia passar por todo o clã Nara, afinal poderia chamar atenção de alguém, segui para meu quarto na Pensão de Konoha, onde ficaria por um bom tempo até sair novamente para cobrir outra área, mas desta vez iria direto ao ponto, afinal havia somente um Uchiha vivo que eu conhecia, assim como Hakufu.

Havia apenas um objetivo para mim naquele local, mas não poderia simplesmente entrar sem alguma desculpa. Caminhei normalmente em direção à casa de Tatsuo, por sorte Hakufu havia me dito onde ele morava, mesmo não acreditando muito que ele fosse o culpado, deveria investigar e como Katayo me informou que não o havia encontrado, eu não teria problemas em entrar na casa vazia dele. Talvez ele estivesse em algum tipo de treino ou envolvido com alguma missão. Enfim, parei por alguns instantes, suspirei e olhei para o céu. “Droga! Como vou entrar na casa dele?” Olhei para os lados e quando pensei em algo escutei uma poderosa explosão.

-O que!?

Olhei para a origem do barulho e notei que sua direção era o hospital, várias pessoas começaram a correr e outras a fazer todo um alvoroço. “Perfeito!” Corri em meio à multidão em direção à casa de Tatsuo e nem sequer bati na porta. Apenas entrei e usei o Fuuin para analisar o local o que me deixou perplexo.

-Droga! Katayo e Hakufu não vão gostar disto...

Por toda parte havia digitais fluorescentes, o que indicava que o culpado pela morte do Hideki, era Tatsuo ou alguém que mora junto a ele. Sai da casa do Uchiha, mas antes peguei um dos pertences dele para ter como prova e coloquei em um pequeno saco plástico que havia preparado. Um simples garfo, tudo o que precisei, sai da casa a deixando como encontrei e fui em direção à casa de Hakufu.

Enquanto caminhava pelas ruas notei que várias pessoas comentavam sobre uma explosão no Hospital e que haviam descoberto o verdadeiro assassino de Hideki. “Tatsuo?! Preciso agir rápido!” Dei um salto mortal ficando no telhado de uma casa próxima e saltei entre as construções até chegar ao Hospital, haviam pessoas feridas por todos os lados, caos e confusão. Para não levantar suspeitas, me candidatei para ajudar os Médicos com os atendimentos e fiquei por lá o resto do dia até o começo da madrugada, onde pude voltar para casa quando tudo se normalizou. Meu próximo passo seria informar a todos sobre o descoberto, mas precisava ser sorrateiro.

A casa de Hakufu foi simples, afinal acabei a encontrando no meio da rua e a acompanhei. Em sua casa revelei tudo o que havia descoberto, ela ficou chocada, me pediu para ficar sozinha e foi para o quarto. Koukin me revelou na manhã seguinte que ela não havia dormido e que ficou observando o luar da janela do quarto. Katayo e Aimi seriam os próximos avisados, mas tinha uma má impressão sobre aquilo.