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Perto de um rio que passava pelo país do Fogo, vivia um ancião repleto de sabedoria que agora se dedicava a ensinar o zen aos jovens aspirantes a samurai. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário. Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta.  Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo, e aumentar sua fama. Todos os estudantes se manifestaram contra a ideia, mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a praça do vilarejo, e o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais.  Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível.  No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.

Desapontados pelo fato de que o mestre aceitar tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram: - Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós?
- Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?
- A quem tentou entregá-lo - respondeu um dos discípulos.
- O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos - disse o mestre - Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo. A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma, só se você permitir...

Sim, eu era um dos seus discípulos e como os outros depois dessa resposta estava estático processando tudo que tinha ocorrido por ali. A sabedoria do Ancião era incomparável, era por isso que ele não podia ser derrotado. O seu corpo ou reflexos não eram o que o tornava invencível, mesmo que ele estivesse morto depois desse desafio, de nenhuma vitoria ou gloria o seu adversário poderia se gabar. Vi alguns indo embora pedindo desculpas para o grande mestre, um deles que não compreendeu a mensagem de nada pediu e se retirou para sempre. Ficando apenas eu e o Ancião, ele olhou para mim com aquele olhar sereno e eu dei dois passos em sua direção me ajoelhando em seguida, fazendo uma reverencia - Por favor sensei, compartilhe um pouco de sua sabedoria comigo, a calma não me acompanha, minha mente estaria para explodir nesse confronto, fazendo com que minha derrota fosse certa depois de ouvir esses insultos. Não quero continuar sendo assim.

O Ancião deu um leve sorriso e falou - A fúria dos seus ancestrais é admirável, jovem aprendiz. Conheço os feitos deles, porém tu es jovem, precisa aprender antes de tudo a controlar a sua fúria para o momento certo, pois o seu coração parece uma fornalha, que senti desde o primeiro dia que lhe vi. A sabedoria vem com o tempo, mas algumas coisas podem lhe ajudar a alcança-la mas precocemente. Te darei os primeiro passos para aprender a se controlar.

Ali tinha se formado um novo laço de discípulo e mestre. O ancião fez o primeiro passo para que o jovem aprendiz aprende-se o autocontrole, lhe ensinou algo que exigia paciência, a "arte", isso iria começar a esculpir um grande guerreiro. Ao passar dos dias ele começava a lhe apresentar a escrita da espada e a musica. A musica levaria mais algum tempo para o jovem inquieto aprender, pois exigia muito sentimento, porém para a escrita da espada o jovem assimilou mais rápido, pois teria sido dito a ele que com ela além de trabalhar o seu controle, também iria trabalhar o seu manejo com esta arma mortal. Com o passar do tempo, o jovem discípulo aprendeu a empregar o desenho da espada no seu preparo para aprender a li dar com os inimigos naturais "shinobis", onde o chakra era empregado no desenho, no que era conhecido como Fuuin.


Inspirado no conto Zen "De Quem é o Presente?"