A viagem de barco havia sido tranquila.
Naquela tarde o Kaguya havia recebido o seu convite nessa tarde para participar num evento qualquer com máscaras e como tal, antes de sair de casa, vestira-se a rigor com uma máscara bastante peculiar que deixava o seu rosto totalmente coberto e substituíra as suas vestes brancas por um kimono negro de gola vermelha, para finalizar portava uma enorme espada consigo.
Quando chegou à zona de embarque reparou que a vila em peso tinha sido convidada estando à sua frente cerca de cinquenta pessoas mascaradas, algumas de rosto coberto, outras apenas com expressões modificadas, umas reconhecíveis, outras nem tanto. Na frente de todos estava um homem que, depois de muito olhar e analisar, Kimimaro conseguiu distinguir como Kyo, o Mizukage.
Foi quando este fez sinal à multidão que os presentes se encaminharam para o barco atracado na doca dizendo que iriam navegar até ao País do Pássaro e lá apanhariam outro barco até ao País do Demónio.

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Algumas horas depois os habitantes de Kiri desembarcaram no País do Pássaro seguindo atrás do seu líder que, depois de dois dedos de conversa com o responsável da doca fez sinal para que voltassem a embarcar, desta vez num barco completamente diferente daquele onde haviam viajado anteriormente, tendo um aspecto mais festivo e tropical. Depois de toda a gente se acomodar Kyo dispensou algumas palavras aos seus súbditos aconselhando-os a comerem, beberem e a divertirem-se.
Pouco a pouco as pessoas iam-se sentindo mais à vontade retirando comida e bebida das longas mesas montadas no convés e conversando umas com as outras sem nunca deixarem as suas máscaras de lado.

Kimimaro caminhava por entre os restantes ocupantes do barco. Os seus passos rodopiantes faziam lembrar um bailarino que seguia uma música suave na sua cabeça, como um balé. Cada movimento fazia com que as suas roupas negras esvoaçassem acompanhado os movimentos do vento que soprava gentilmente refrescando os quentes corpos expostos ao Sol no convés. O rapaz tentava captar conversas perdidas no meio da pequena multidão, qualquer coisa que lhe desse uma pista sobre o que se iria passar. Não o podiam censurar afinal era um espião e a curiosidade sobre o desconhecido sempre fizera parte do seu ser.
Olhou para as duas mesas montadas no convés donde as pessoas retiravam comida e bebida e examinou-as minuciosamente. Infelizmente apenas Kyo era minimamente reconhecível apesar de o rapaz ter tido alguma dificuldade em notar a sua identidade. As outras pessoas ou tinham rostos que Kimimaro nunca vira ou, para aqueles que não têm grande paciência para usar técnicas de camuflagem ou de perder horas com maquilhagem, simplesmente usavam umas máscara ocultando as suas faces tal como o Kaguya decidira apesar de começar a lamentar-se de ter escolhido uma máscara sem uma boca por onde pudesse beber um copo de água. Aquela roupa era decididamente quente demais.
Enquanto "dançava" por entre as pessoas algumas olhavam para si observando a sua estranha máscara. Os mais atentos conversavam, como que em segredo, sobre as semelhanças que os buracos da máscara tinham com a forma das pupilas em forma de vírgula que o sharingan possui sem saberem que essa semelhança não era por acaso.
Por detrás da máscara o Kaguya sorriu continuando a sua dança.